Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 15 de fevereiro de 2018
A Cogepol (Corregedoria da Polícia Civil) afastou o delegado Moacir Fermino após se constatar que três pessoas mentiram no inquérito que apura a morte de duas crianças, encontradas esquartejadas em setembro do ano passado em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Ele ficará afastado até a conclusão de investigação que apura o falso testemunha a denunciação caluniosa de sete pessoas pela morte das crianças.
De acordo com o delegado corregedor, Marco Meirelles, o afastamento é uma medida cautelar para o andamento das investigações. A Cogepol investiga também a conduta dos policiais que participaram da investigação, que concluiu que as crianças teriam sido esquartejadas em possível ritual macabro. No entanto, eles seguem exercendo suas funções.
A Cogepol busca entender o motivo que fez Fermino pedir a prisão dos suspeitos com base apenas em testemunhas – que admitiram depois terem mentido durante o depoimento. A Corregedoria está ouvindo novamente as testemunhas e, inclusive, os cinco homens que teriam sido presos sob a suspeita de terem sacrificado as crianças.
O caso
Os corpos das crianças foram encontrados em setembro de 2017 às margens de uma estrada em Novo Hamburgo. Exames de DNA indicam que eles são irmãos por parte de mãe, um menino de 8 anos, e uma menina de 12. A perícia apontou ainda que uma das crianças tinha ingerido uma grande quantidade de álcool, 14 vezes maior que o nível de embriaguez. Outras perícias ainda são aguardadas.
No dia 27 de dezembro foi preso o líder do templo satânico, apontado como responsável pelo ritual, e outros dois homens, e em janeiro foi preso o quarto suspeito. Os crânios das crianças ainda não foram localizados, e a identidade delas ainda não foi determinada. A polícia também aguarda o retorno sobre pedidos de quebra de sigilo telefônico nos aparelhos apreendidos com os presos.
Vizinhos do templo negam que houvesse sacrifício de animais ou de pessoas durante os rituais, assim como a esposa do líder. As quatro pessoas já presas negam que se conheçam e que tenham participado do ritual.