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Brasil A Corregedoria Nacional do Ministério Público instaurou procedimento para investigar a comercialização de palestras por parte do procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato

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Dinheiro recebido teria sido doado a um hospital infantil do Paraná. (Foto: Agência Brasil)

A Corregedoria Nacional do MP (Ministério Público) abriu um procedimento para investigar a remuneração de palestras ministradas pelo procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) na Operação Lava-Jato em Curitiba (PR). A representação é mais uma ofensiva do PT contra o procurador que, em setembro do ano passado, denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “comandante máximo” do esquema de corrupção desvendado pela Operação.

O episódio entrou para o folclore político nacional, por conta da apresentação de dados e gráficos por meio de arquivos montados em Power-Point (um dos mais populares programas de computador da Microsoft, largamente utilizado nos meios estatais e corporativos para criação, edição e exibição de apresentações gráficas com textos, fotos e áudios).

A representação, encaminhada pelos deputados petistas Paulo Pimenta (RS) e Wadih Damous (RJ), por enquanto envolve apenas uma “reclamação disciplinar”. O próximo passo será o corregedor nacional Cláudio Henrique Portela decidir se há indícios suficientes para instaurar um processo administrativo-disciplinar contra Dallagnol.

A senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do partido, chegou a subir à tribuna do Senado para acusar o procurador de “enriquecer em cima da Lava-Jato e das acusações contra o ex-presidente Lula”. A corregedoria, no entanto, esclareceu que “não há qualquer dispositivo legal que autorize ou proíba que um membro do Ministério Público ministre palestras de forma remunerada”.

Dinheiro

Dallagnol, por sua vez, afirmou ter recebido um total de 219 mil reais por 12 palestras que condeceu no ano passado, falando de temas como corrupção e a história da Operação Lava-Jato. O dinheiro, no entanto, teria sido doado integralmente ao hospital Erasto Gaertner, localizado na capital paranaense e que cuida de crianças com câncer.

Ele argumentou, ainda, que as atividades docentes e palestras que ministra são autorizadas pela Constituição Federal e por resoluções do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) e pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

“A atividade de dar palestras é plenamente legal, lícita e privada”, ressaltou em sua conta no Twitter. “Por conta de uma decisão própria, em 2016 eu decidi destinar a uma entidade filantrópica todos os valores que seriam recebidos por mim”.

Ele também rebateu diretamente a crítica da senadora petista: “Em minhas palestras, eu não trato de casos específicos referentes a políticos em si, mas do combate à corrupção, de uma forma geral.”

Em dezembro do ano passado, a defesa de Lula já havia ingressado com uma ação na Justiça contra Dallagnol, pedindo 1 milhão de reais de indenização. O motivo: a coletiva de imprensa em que ele divulgou a denúncia contra o ex-presidente.

Evento

Durante um evento empresarial em São Paulo, na noite de quinta-feira, Dallagnol fez a sua maior palestra desde que passou a ficar sob os holofotes da mídia, no âmbito de sua atuação na Lava-Jato.

Ovacionado e aplaudido de pé por uma plateia que pagou ingresso de 800 reais para assistir palestras dele e de outras personalidades, tais como o prefeito paulistano João Doria e o ex-presidente do banco Itaú Roberto Setúbal, o procurador da República reiterou que o interesse por suas declarações vem da identificação das pessoas com uma causa maior: o combate à corrupção.

Questionado pela imprensa sobre o valor que recebeu por essa participação, Dallagnol disse que não poderia detalhar casos específicos, que em geral possuem contrato de confidencialidade. “Não posso expor o contratante”, justificou. “Os valores serão divulgados em 2018, quando saírem os números totais recebidos no ano anterior.”

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https://www.osul.com.br/corregedoria-ministerio-publico-apura-venda-de-palestras-procurador-deltan-dallagnol-da-operacao-lava-jato/ A Corregedoria Nacional do Ministério Público instaurou procedimento para investigar a comercialização de palestras por parte do procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato 2017-06-24
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