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Por Redação O Sul | 1 de dezembro de 2015
A editora Cosac Naify, conhecida por livros de arte, clássicos da literatura e pelo design e acabamento sofisticados, vai encerrar as atividades. A informação foi antecipada nesta segunda-feira (30) pelo editor Charles Cosac em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”.
Ainda não está definida uma data para o fechamento da Cosac Naify, fundada em 1997 por Charles em sociedade com o empresário americano Michael Naify. Em comunicado enviado a funcionários ainda nesta segunda, Cosac afirmou: “A editora não está falindo, mas encerrando, e esse é um direito que me cabe”. Em outro trecho, ele escreveu: “Todas as medidas possíveis foram tomadas, mas elas não foram suficientes”.
Catálogo – O primeiro livro da Cosac Naify foi “Barroco de Lírios”, do artista plástico Tunga. Lançada em 1997, a obra tinha 200 ilustrações e mais de dez tipos de papel. Havia ainda “recursos como a fotografia de uma trança que, desdobrada, chegava a um metro de comprimento”, descreve o site da editora.
A partir dali, a casa virou referência em livros de artes plásticas, com mais de cem títulos no segmento. Editou ainda obras sobre cinema, dança, moda, fotografia e arquitetura. Livros infantis e clássicos da literatura também fazem parte do catálogo da Cosac, que publicou “Os Miseráveis”, “Anna Kariênina” e “Moby Dick”, por exemplo.
Prêmio – O anúncio do encerramento das atividades da Cosac Naify aconteceu no mesmo dia em que um autor da casa ganhou o Prêmio São Paulo de Literatura 2015, o que distribui o maior valor em premiação no País. Na noite desta segunda-feira, na Biblioteca do Parque Villa-Lobos, em São Paulo, o escritor potiguar Estevão Azevedo ganhou 200 mil reais pelo romance “Tempo de Espalhar Pedras”, lançado no ano passado.