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Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2015
Além de ter pago 1,18 milhão de reais para uma empresa de investigação que fez um relatório incompleto, a CPI da Petrobras já teve um custo estimado de cerca de 322 mil reais em viagens nacionais e até uma internacional que pouco acrescentaram ao trabalho de investigação da comissão.
A última, com destino a Curitiba (PR) e realizada há duas semanas, teve 16 pessoas ouvidas, mas só dois depoentes responderam às perguntas. Os demais permaneceram em silêncio.
Os advogados dos depoentes que ficaram calados já tinham avisado à comissão que eles não falariam, mas os deputados mantiveram a viagem. O custo previsto com o deslocamento ao Paraná é de cerca de 108,7 mil reais, segundo dados da Câmara dos Deputados.
Como os depoimentos ocorreram só no período da manhã, os deputados tiveram as tardes livres. “Como já se sabia que a maioria ia ficar calada, poderiam ter programado mais depoimentos por dia para ficarmos menos tempo”, criticou a deputada Eliziane Gama (PPS-MA).
A viagem mais cara até agora foi a Londres, na Inglaterra, com o objetivo de tomar o depoimento do ex-diretor da empresa SBM Offshore Jonathan Taylor, que custou 122 mil reais.
O deslocamento ocorreu por um requerimento do deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA), vice-presidente da CPI. Apesar de o objetivo ser apenas a tomada de um depoimento, os deputados viajaram na noite de 16 de maio e só embarcaram de volta na noite do dia 20.
Chegaram a Londres no dia 17, um domingo, e não tiveram atividades oficiais. No dia seguinte, foram recebidos em almoço pelo embaixador do Brasil Roberto Jaguaribe. Só no dia 19 pegaram o depoimento do ex-diretor da SBM.
De acordo com informações do sistema da Câmara dos Deputados, por esses dias de viagem, os parlamentares receberam 5,5 diárias, para cobrir gastos, como alimentação. Além de Imbassahy, outros sete deputados também participaram.
Taylor forneceu documentos que já havia liberado à CGU (Controladoria-Geral da União) e explicou a atuação do representante da SBM no Brasil Julio Faerman no pagamento de propinas. Como a CGU já tinha esses dados, a comissão não chegou a avançar na apuração.
Novas viagens
Os deputados ainda estão discutindo a possibilidade de fazer mais duas viagens internacionais, uma ao Canadá, para apurar a obtenção de dados de celulares da Blackberry pela PF (Polícia Federal), e outra aos Estados Unidos, para saber dos processos relacionados à Petrobras naquele país. (Folhapress)