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Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2015
Cresceu o número de pessoas com 25 a 34 anos que vivem com ao menos um dos pais entre 2004 e 2014. A proporção da denominada “geração canguru” passou de 21,2%, em 2004, para 24,3% em 2014, mostrou a SIS 2015 (Síntese de Indicadores Sociais), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o instituto, no entanto, “a permanência na casa dos pais não está diretamente associada com a falta de trabalho”. O nível de ocupação deste grupo foi de 76,2%, enquanto o das demais pessoas, que não viviam com um dos pais na mesma residência, foi de 77,7%.
Geração canguru.
As pessoas da “geração canguru”, porém, eram mais escolarizadas. De acordo com o estudo, 34,9% tinham ensino superior incompleto ou nível mais elevado. A média de estudo foi de 10,7 anos e 13,6% deles ainda estudavam. Entre aqueles que não moravam com os pais, 20,3% tinham ensino superior incompleto, e a média de estudo era de 9,7 anos. “Nesse contexto, a opção de permanecer na casa dos pais para prolongar os estudos fica evidenciada pelos indicadores. Outros motivos citados em estudos (…) são de cunho psicológico como, por exemplo, a dependência emocional e a acomodação ao padrão de vida dos pais”, analisou a pesquisa.
Homens.
Entre o total de pessoas que viviam nesta condição no período analisado, 59% eram homens e 47% vivam na região Sudeste, apontou o estudo. Já entre aqueles que não conviviam com os pais no domicílio, a maioria era formada por mulheres, 54,9%, 52% foram apontadas como a pessoa de referência no domicílio, e 41,9% eram cônjuges.
Na contramão da “geração canguru”, entre 2004 e 2014, entre as pessoas de 15 a 29 anos que não trabalhavam nem estudavam, no período analisado, 45,6% residiam no Norte ou Nordeste, 69,2% eram mulheres, sendo que 58,1% delas tinham filho, 62,9% eram pretos ou pardos, 47,5% estavam na categoria de filho no domicílio e 46,8% tinham ensino médio completo ou nível mais elevado. “Então um em cada cinco jovens nessa faixa etária não estudam nem trabalham”, concluiu André Simões, pesquisador da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.
Afazeres domésticos.
O levantamento apontou ainda que 91,5% das mulheres nessa condição de não trabalhar nem estudar cuidavam dos afazeres domésticos e dedicavam, em média, 28,6 horas por semana a essas tarefas. Entre os homens, a proporção era de 43,9%, com média de dedicação de 11,5 horas semanais.