Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de março de 2016
Dados colhidos por investigadores da Frontex – a agência de fronteiras da UE (União Europeia) – mostraram que em 2015 grupos criminosos retiraram de famílias de refugiados e imigrantes o equivalente a 10% do PIB da Síria para levá-los para o território europeu. O pagamento para o contrabando chegou a 4 bilhões de euros.
No ano passado, 1 milhão de refugiados entraram no território europeu: a grande maioria, da Síria. Mas, para os investigadores, é a forma pela qual essas pessoas cruzam as fronteiras que chama a atenção. Diante de uma Europa que não consegue estabelecer uma estratégia para lidar com o fluxo, o caminho é literalmente ocupado por grupos criminosos que vendem os serviços de transporte, contrabando, documentos e até mapas às famílias tentando escapar da morte.
Líderes europeus têm insistido que o plano da UE para lidar com os refugiados precisa reprimir os grupos de traficantes de pessoas. Mas, para organizações humanitárias como Médicos Sem Fronteiras e mesmo a ONU a existência dos serviços clandestinos é resultado do fracasso da Europa em oferecer soluções a quem tenta fugir.
Segundo a Frontex, a maioria dos lucros dos migrantes contrabandeados é usado por organizações criminosas para financiar outras iniciativas ilícitas, como venda de drogas e armas. Por pessoa, o custo de sair da Turquia e chegar à Alemanha, por exemplo, pode variar de 2 mil a 5 mil euros. (AE)