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Brasil Crise no mercado editorial leva a livraria Saraiva a fechar 20 lojas

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Uma das editoras recorreu ao TJ-SP, alegando que seu pequeno porte justificaria a devolução da totalidade das obras. (Foto: Reprodução/Instagram)

Depois de a Livraria Cultura entrar com pedido de recuperação judicial, agora foi a vez de a rede Saraiva tomar uma medida drástica. Na segunda-feira (29), ela anunciou o fechamento de 20 lojas espalhadas pelo Brasil. A empresa não confirma a relação das livrarias fechadas, mas segundo fontes do mercado, estão entre elas os pontos de Londrina, Santos (Avenida Ana Costa), Campinas (Galeria Shopping), Alphaville, Tamboré, Granja Viana, Mogi das Cruzes e dos shoppings Anália Franco e West Plaza.

Em comunicado, a Saraiva disse que vem tomado “medidas voltadas à evolução da operação e perenidade do negócio”. Isso inclui, além do fechamento das lojas, o fortalecimento do seu e-commerce, que hoje representa, segundo a empresa, 38,4% do negócio. A rede tem, no momento, 84 livrarias.

“Em linha com sua estratégia, as iniciativas refletem um esforço da companhia em obter rentabilidade e ganho de eficiência operacional, dentro de uma estrutura mais enxuta e dinâmica. Nesse sentido, as medidas adotadas pela companhia incluem o fechamento de algumas lojas. Com este movimento, a empresa dá continuidade ao seu plano de transformação, que inclui aberturas, reformas e fechamentos de unidades, a fim de manter sua operação saudável e cada vez mais multicanal”, informa a Saraiva em nota.

A Saraiva diz que focará sua atuação no segmento de livros — outras categorias de produtos devem ser vendidos por lojistas do marketplace. “A empresa focará seu negócio no mercado de livros, que representa a essência da companhia e é hoje a categoria mais vendida pela rede. Complementar ao universo de leitura continua a ofertar produtos de papelaria, games, filmes e música. Com isso, os itens de tecnologia, que incluem telefonia e informática, passarão a ser vendidos no modelo de negócio de marketplace próprio, que atualmente já opera integrado ao nosso e-commerce.”

A empresa diz que o marketplace faz “parte da transformação digital da companhia”. “Que vem agregar uma experiência ainda mais qualificada e inclui categorias de produtos complementares e em sinergia ao negócio, como smartphones, computadores, brinquedos, artigos de decoração, entre outros.”

A Saraiva e a Cultura são protagonistas (e também responsáveis) por uma das piores crises do mercado editorial brasileiro. Nos últimos meses, não estão conseguindo liquidar o pagamento para seus fornecedores — agravando ainda mais a situação das editoras.

Ao mesmo tempo, livrarias como a Martins Fontes e as redes Leitura, Livrarias Curitiba, Travessa e Vila, mais conservadoras em sua gestão, estão conseguindo passar um pouco mais tranquilamente pela atual crise.

Livraria Cultura

O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, deferiu na última semana o pedido de recuperação judicial protocolado pela Livraria Cultura nesta semana. Com dívidas de 285,4 milhões de reais, a livraria afirma que é mais uma vítima da crise econômica que assola o País desde 2014.

No pedido de recuperação, a empresa cita desde a queda do poder aquisitivo dos consumidores até a redução do hábito de leitura e elevação dos custos de produção.

“Essa paradoxal condição de mercado, em que os custos de produção aumentaram, os preços finais ao consumidor se mantiveram estáveis e a demanda diminuiu, acarretou às companhias excessivo consumo de caixa, o qual passou a ter fluxo negativo nos últimos 4 anos”, afirma a empresa no pedido apresentado pelo escritório Felsberg Advogados.

A compra da Fnac em 2017 também piorou a situação financeira da companhia. “A incorporação da F Brasil e a absorção da Fnac, em 2017, não ajudaram (muito pelo contrário, prejudicaram ainda mais) o quadro de caixa deficitário que vinha se desenvolvendo nos últimos anos.”

Neste ano, a Livraria Cultura fechou todas as lojas da Fnac e informou que manterá em operação poucas, mas ótimas unidades. “Queremos atuar de forma agressiva nos canais digitais e, ao mesmo tempo, iremos manter poucas, mas ótimas lojas físicas pelo País.”

Sobre a recuperação, a companhia diz que espera “normalizar, em curto espaço de tempo, compromissos firmados com nossos fornecedores, preservando a saúde da empresa criada por Eva Herz em 1947, a manutenção de empregos e gerando mais estímulo para crescer”.

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https://www.osul.com.br/crise-no-mercado-editorial-leva-a-livraria-saraiva-a-fechar-20-lojas/ Crise no mercado editorial leva a livraria Saraiva a fechar 20 lojas 2018-10-30
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