Brasil Crise no setor de petróleo vai tirar 62 bilhões de reais da economia brasileira
Por Redação O Sul | 18 de outubro de 2015
A crise no setor de petróleo e o corte nos investimentos da Petrobras terão um efeito pesado na economia nos próximos cinco anos. Pelas contas do GEE (Grupo de Economia da Energia) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o País deixará de gerar 62 bilhões de reais em renda até 2019. Os prejuízos afetam a geração de emprego e as receitas de Estados e municípios dependentes dos royalties, sobretudo no Rio de Janeiro. Já a consequência positiva aparece na balança comercial, com a queda da importação de petróleo e derivados.
O estudo “Impactos Macroeconômicos da Indústria de Petróleo e Gás Natural” mostrou que, se tivesse mantido o ritmo de crescimento registrado até 2013, a indústria de óleo poderia injetar 236,7 bilhões de dólares em investimentos de 2015 a 2019. A projeção, entretanto, caiu 45%, para 130 bilhões de dólares.
Marcelo Colomer, economista do GEE, disse que o estudo avalia a situação de toda a indústria de óleo e gás, e não somente da Petrobras, embora seja a principal responsável pelo desaquecimento da economia. O investimento da indústria petroleira representou 9,8% de tudo o que foi aplicado no País em 2013, último ano de crescimento do segmento.
Foram consideradas duas projeções de investimento do setor em cinco anos: 236,7 bilhões de dólares, quando o cenário era de crescimento, e 130 bilhões de dólares, atualmente. O resultado foi uma queda de 26% na criação de vagas nesse período. Os mais atingidos serão os empregados do segmento de serviços, que responde por 34,65% do total de empregos diretos criados pela indústria e por 18,52% dos indiretos.
Para o presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), José Velloso, o setor não chegou a aproveitar o boom do petróleo da última década, já que houve concentração na fase de exploração. “O segmento de bens de capital e equipamentos do setor naval não chegou a se desenvolver. Hoje, é até menor [do que há dez anos]”, disse, complementando que a expectativa era que, agora, as empresas de equipamentos começariam a se beneficiar.
Com a crise, perdem também os municípios e Estados produtores de petróleo, que viram minguar suas receitas com royalties. No primeiro semestre, a queda de arrecadação foi de 25% em relação a igual período de 2014, por causa da retração da cotação do petróleo. (AE)
