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Por Redação O Sul | 26 de maio de 2017
Rompendo um longo silêncio de quase um ano sem dar entrevistas longas, a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, 64 anos, fez críticas ao governo Mauricio Macri, se postulou para as eleições legislativas de outubro (na qual se renova metade do Congresso) e chamou o presidente brasileiro, Michel Temer, de “ridículo” e “brega”.
Cristina falou ao canal C5N, uma das únicas emissoras que hoje se posicionam contra Macri, por pertencer a um empresário aliado ao kirchnerismo, Cristóbal Lopez.
As críticas de Cristina ao atual mandatário começaram tratando de sua participação nas festividades do 25 de Maio, feriado nacional na Argentina, que celebra o início da revolta que daria lugar à Independência, em julho.
“Não há nada que festejar no país hoje”, disse Cristina, apontando principalmente para a alta inflação, de 40%. “Isso está acontecendo porque não há intervenção do Estado. Na nossa gestão, tínhamos os Preços Cuidados”, referindo-se a um programa que fixava preços máximos para vários tipos de alimentos, que Macri vem diminuindo para uma quantidade cada vez menor de produtos.
Apontou ainda para o aumento da dívida do governo “que cresceu, em um ano, mais do que o dobro do que durante a ditadura”, afirmou. E criticou, de maneira geral, os cortes nos subsídios e no sistema previdenciário. Com relação a este, disse, inclusive, que “deveria haver uma investigação no Congresso”.
Cristina também criticou o aumento da compra de armas e aparatos para combater o narcotráfico, algo de que Macri faz muita propaganda. “Esse tipo de armamento não é para combater a violência, é para incrementar a repressão”, afirmou.