Saúde Criticada pelas suas formas no concurso Miss Universo, a Miss Canadá chamou atenção e levantou debates sobre os padrões estéticos femininos e o corpo ideal
Por Redação O Sul | 6 de fevereiro de 2017
Criticada pelas suas formas no concurso Miss Universo 2017, a estudante de Direito Siera Bearchell, a Miss Canadá, chamou a atenção e levantou debates nas redes sociais sobre os padrões estéticos femininos e o corpo ideal, ganhando a defesa das brasileiras. A professora do Programa de Pós-graduação em Psicanálise, Saúde e Sociedade da Universidade Veiga de Almeida, no Rio, Joana Novaes destaca que a miss sofreu lipofobia, popularmente conhecido como gordofobia. Desfilar é uma vitória.
“Muitas meninas sofrem esses ataques e acabam adoecendo, por conta da pouca aceitação com o corpo. Elas são diretamente afetadas emocionalmente”, explica a especialista. A professora conta que isso interfere nas relações de convivência. “A pessoa se deprime e se sente invisível socialmente. Fica com vergonha de ir à praia e de ter um relacionamento.”
A modelo internacional plus size Fluvia Lacerda diz que não se ofende com comentários negativos. “É nada mais que uma palavra descritiva para mim. Quanto à Miss Canadá, ela se enquadra muito mais ao padrão do mundo real, portanto, representa a realidade da aparência feminina.”
Foto alterada
Foto da esquerda é uma imagem alterada, e a da direita é do site oficial do Miss Universo (foto: reprodução)
Chamada de “cheinha” durante a transmissão do Miss Universo, Siera voltou a falar sobre as críticas que recebeu por estar “fora do padrão”. A Miss Canadá compartilhou uma montagem de fotografias em seu Instagram e disse que uma das imagens havia sido alterada para que ela aparecesse diferente.
“Com o foco direcionado para o externo, não tenho dúvidas de que sofreremos muito internamente. Eu vi a foto que está circulando na internet, é a da esquerda [uma imagem alterada]. A foto da direita é do site oficial do Miss Universo, é para a imprensa [a imagem crua, sem retoques]”, escreveu a Miss Canadá.
Ela já havia usado a mesma rede social para fazer um discurso em prol da diversidade dos corpos. Ao postar uma foto de seu desfile, ela comentou: “Esta é a geração da diversidade dos corpos. Chegou a hora de começarmos a trabalhar juntos para redefinir a visão global de beleza. Obrigada a todos por cada comentário e por cada história que compartilharam comigo. Fiquei orgulhosa ao ponto de chorar, por representar meu país, a mim mesma, e todas as mulheres do mundo. Eu prometo que é só o começo”.
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