Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de junho de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O encontro cortês entre o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o presidente interino Michel Temer, no domingo, teve os seus momentos de ameaça velada. Cunha voltou a afirmar, em outras palavras, que não vai cair sozinho. Para bom peemedebista, um olhar incisivo bastou.
Hypermarcas
A delação do ex-executivo do grupo Hypermarcas, o mesmo que entregou ter repassado R$ 30 milhões a senadores do PMDB, pega em cheio um nome nacional do DEM.
Rota da rampa
Um amigo próximo de Temer garante que, atualmente, ele é pré-candidato à reeleição. O peemedebista nega, no entanto, porque tem a estratégia de esperar ter o seu nome aclamado pelo partido.
Saco de presentes
A grande jogada de Temer: agora vê-se que o rombo de R$ 170 bilhões está repleto de benesses que serão liberadas a conta-gotas. O reajuste do Bolsa Família foi um deles.
Bicho solto!
A legalização dos jogos vem aí. Porém, o que mais anima os contraventores do Bicho é a inclusão, no texto do projeto da Câmara dos Deputados, de um perdão pelos processos judiciais em tramitação. O relatório vai a plenário na semana que vem e, depois, para o Senado (que também tem o seu projeto sobre o tema). A proposta da Câmara é a que mais agrada ao Palácio do Planalto.
O caso Jobim
O ex-ministro Nelson Jobim era cotado para retornar à pasta da Defesa ou da Justiça no governo Temer. Mas acabou dançando quando Temer, prestes a assumir, recebeu a ligação de um amigo: “Soube do papo sobre o triunvirato do novo governo? Serão José Serra, Jobim…”.
Três-em-um
Temer não se segurou: “E qual é o terceiro ministro?”. No que ouviu, assustado: “Ministro não, o terceiro é você!”. O presidente interino desistiu do ex-ministro ao farejar que ficaria refém da dupla. Jobim e Serra são unha-e-carne.
Domínio duplo
Jobim queria o Ministério da Justiça e ainda teria boa ingerência e poder de influência na pasta da Defesa, por ser bem quisto pelos militares das três Forças, os quais sondou.
Confiança é tudo
O general Sérgio Etchgoyen, do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), fez uma limpa na Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Ele próprio elaborou listas tríplices de servidores para cargos de comando e os entrevistou, levando os escolhidos para a avaliação de Temer.
Tempo, tempo
Mais uma vez, a Câmara caiu na estratégia de Eduardo Cunha. Iniciou debates intermináveis sobre Ronaldo Fonseca (Pros-DF), aliado escolhido como relator da cassação do peemedebista na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa. Quanto mais questionam, mais o presidente afastado da Casa ganha tempo.
Flores do Impeachment
Telespectadores se solidarizaram com a jurista Janaína Paschoal quando a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) a mandou calar a boca. Ao menos dois advogados e um estudante enviaram-lhe flores. A senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) também ganhou um buquê, pelo seu aniversário.
Ele x ela
A rinha entre o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e Janaína Paschoal fica mais tensa a cada sessão da comissão do impeachment. Ela debocha da defesa e ele responde: “Ela atua como se fosse uma senadora eleita pelo povo e não uma advogada contratada pelo PSDB”.
Ah, doutora…
Um cidadão de Brasília, com número de celular parecido com o de uma senadora, foi surpreendido com uma mensagem equivocada ontem. Era de uma juíza de Salvador (BA), integrante da Anamatra 5 (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 5ª Região), pedido apoio para um projeto de recomposição de subsídios.
Ponto Final
“Nas favelas, no Senado, sujeira para todo lado (…)” – Trecho do rock “Que País é Esse” (da extinta banda Legião Urbana), dedicada pelo grupo Capital Inicial ao juiz federal Sérgio Moro durante show em Curitiba (PR).
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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