Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de fevereiro de 2016
Noite após noite, Mohammed al-Jabiry se revirava na cama em um centro de refugiados na Finlândia, comparando a vida na Europa com a de Bagdá. Depois de muitas noites sem dormir, ele decidiu voltar para casa. “No Iraque posso encontrar uma garota para me casar”, disse Jabiry, 23 anos. Houve outras coisas que o levaram a retornar, como o alto preço dos cigarros e o frio.
No ano passado, atraído pelas reportagens na imprensa sobre a passagem fácil pela Turquia, dezenas de milhares de iraquianos se uniram a sírios, africanos e afegãos na grande onda migratória para o continente europeu. Hoje, milhares de iraquianos estão voltando para casa. Muitos dizem que chegaram à Europa com expectativas irreais de sucesso rápido. Alguns também explicam que a recepção calorosa que tiveram dos europeus no último verão deu lugar a suspeitas, depois dos atentados terroristas em Paris (França) cometidos pelo grupo EI (Estado Islâmico).
Curiosidade
Muitos iraquianos ficaram na Europa, é claro, especialmente aqueles que foram deslocados de territórios controlados pelo EI. E outros ainda arriscam tudo e atravessam o mar. Os que retornam refletem outro segmento da migração: os que deixaram Bagdá por motivos econômicos, ou por curiosidade, depois de ver tantas reportagens sobre migrantes chegando alegres às praias da Europa. (The New York Times)