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Mundo A decisão de um juiz em um caso de estupro coletivo gerou polêmica na Espanha. Ele incluiu no processo uma investigação particular sobre a vida da vítima

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Atualmente, 71% das pessoas traficadas são meninas e mulheres. (Foto: Reprodução)

Com o lema “Eu acredito em você”, milhares de espanhóis estão demonstrando, nas ruas e em redes sociais, apoio à vítima em um caso de estupro coletivo na Festa de São Firmino, em Pamplona. O julgamento de cinco homens de Sevilha, entre 27 e 29 anos, acusados de estuprar uma jovem de 18 anos, começou no início do mês e ganhou mais repercussão após uma decisão polêmica do juiz, que, para a opinião pública, pareceu como um movimento para culpabilizar a denunciante.

O fato aconteceu no dia 7 de julho do ano passado, e os acusados gravaram o ato. Eles foram presos no dia seguinte, e desde então se encontram em prisão preventiva. O desenrolar do processo revelou detalhes escabrosos sobre “A Manada”, o nome que os acusados usavam num grupo de WhatsApp, onde se vangloriavam de seus feitos, informa a AFP. A promotoria pede 22 anos de prisão para os cinco, que negam que a relação não tenha sido consentida, mas reconhecem que roubaram o telefone da jovem.

Agustín Martínez Becerra, advogado que representa os acusados, afirma que os áudios dos vídeos “não implicam o consentimento nem a interpretação contrária”. Mas o que incendiou a opinião pública sobre o caso foi a decisão do juiz de incluir no processo a investigação feita por um detetive particular sobre a vida da vítima.

“Uma vítima tem o direito de tentar refazer sua vida e, sobretudo, fingir que não aconteceu nada”, disse o advogado da vítima, Carlos Bacaicoa. O slogan “Eu acredito em você” se espalhou por redes sociais e em manifestações que reuniram milhares de mulheres em várias partes do país. Para a escritora Almudena Grandes, a decisão do juiz de incluir uma investigação sobre a vida privada da vítima “pretende culpabilizar a vítima da ‘Manada’, semear dúvidas sobre sua condição moral, dizer que ela ousou sair na rua, beber com suas amigas, após ter sido estuprada, em vez de ficar em casa com as persianas fechadas e a cabeça coberta de cinza”.

“Diante da contundência dos dados, ainda existem discursos que julgam a veracidade dos fatos”, comentou Laura Nuño Gomes, diretora do observatório de igualdade de gênero na Universidade Rei Juan Carlos, em Madri, acrescentando que as manifestações de repulsa no país se devem a um “retrocesso” nos direitos das mulheres. “É muito duro ser vítima de uma violação e depois ter que passar por tudo isso”, complementou a socióloga da Universidade Deusto, de Bilbao, María Silvestre.

Apesar da mobilização internacional sobre a violência sexual contra mulheres, iniciada com a denúncia de casos de assédio em Hollywood, o assunto não ganhou muito eco na Espanha, envolta na disputa política da Catalunha. Mas algumas personalidade romperam o silêncio, como a jornalista Ruth Toledano, do site eldiario.es, que descreveu um estupro sofrido há duas décadas: “Eu conto a minha experiência pessoal para dar testemunho de que ninguém tem o poder de determinar como deve ser o comportamento e a vida de uma mulher livre, nem antes nem depois de um estupro”.

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