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Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2016
A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de autorizar a prisão de condenado em segunda instância, mesmo cabendo recursos aos tribunais superiores, não se aplica automaticamente. Porém, poderá gerar pedidos de prisão imediata de réus que aguardam o julgamento de recursos em liberdade, segundo especialistas.
A Corte decidiu mudar a jurisprudência sobre a prisão para o cumprimento da pena, autorizando que ocorra antes do trânsito em julgado da condenação, quando não há mais possibilidade de recursos. Para a maioria dos ministros do STF, se o acusado é condenado em primeira instância e em segunda, a presunção de inocência não impede a prisão.
Os recursos ao STF e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) seriam para atrasar a pena. Segundo o constitucionalista Pedro Estevam Serrano, a decisão da Corte foi tomada em um caso específico e não poderá ser aplicada automaticamente a todos os outros em andamento. Porém, os demais recursos também terão esse entendimento, o que ocasionará uma corrida ao Supremo.
Serrano observou que o Ministério Público poderá pedir a prisão de qualquer um que seja condenado em segunda instância, recorrendo ao STF. “Não é que todo mundo será preso amanhã, mas é quase isso”, afirmou o constitucionalista. (AG)