Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de maio de 2017
Com cerca de 20 clientes na Operação Lava-Jato e duas décadas de experiência em colaborações premiadas, o criminalista paranaense Antonio Figueiredo Basto afirma que as negociações dos acordos estão direcionadas a “explodir o sistema político” e que delações como as dos executivos da Odebrecht acabam por “privilegiar o tubarão grande e punir o pequeno”, o que, segundo ele, causaria desequilíbrio jurídico.
As informações são de reportagem do jornal Valor Econômico.
“Se há alguns anos o criminoso com poder econômico contratava um grande escritório para buscar, nos tribunais, uma nulidade processual, hoje ele paga uma multa alta e sai da cadeia”, avalia.
Responsável por atuar em delações emblemáticas da Lava-Jato, como as do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef, Figueiredo Basto tenta, há um ano, fechar o acordo do ex-diretor de Serviços da petrolífera, Renato Duque, com o Ministério Público Federal. Seu escritório também foi recentemente contratado pelo ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci, que busca deixar o regime de prisão preventiva que lhe foi imposto pelo juiz federal Sérgio Moro em setembro de 2016, sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.