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Brasil Delator da JBS/Friboi indica que gravou a equipe do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot durante reunião

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O ex-procurador-geral Rodrigo Janot. (Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil)

Em um arquivo recuperado pela perícia da Polícia Federal, o advogado e delator da JBS Francisco de Assis e Silva insinua possuir a gravação de uma reunião com a equipe de Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República, durante as negociações de colaboração premiada.

A gravação resgatada também sugere mais uma vez a atuação do ex-procurador Marcello Miller como advogado na delação dos executivos do grupo quando ainda tinha cargo no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro.

O ex-procurador virou pivô de uma crise que levou o STF (Supremo Tribunal Federal) a suspender temporariamente os benefícios de dois delatores do grupo.

Miller é suspeito de ter atuado no acordo como advogado da JBS enquanto ainda era procurador. Ele pediu exoneração em março, mas só deixou o MPF em abril.

Mensagens encontradas pela polícia já revelaram sua participação no caso.

Gravações

Na conversa resgatada pela PF de um dos gravadores de Joesley Batista, o diálogo ocorre dentro de um carro, logo depois de os colaboradores irem à PGR (Procuradoria-Geral da República) para ter retorno sobre as gravações secretas feitas com o presidente Michel Temer, seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures e o senador afastado Aécio Neves.

Segundo relatam na conversa, o encontro na PGR teve a presença de Eduardo Pelella, chefe de gabinete de Janot, e Sérgio Bruno, coordenador do grupo de trabalho da Lava-Jato.

No carro estão, além de Assis e Silva, Joesley Batista, dono da JBS, e o executivo Ricardo Saud —a advogada Fernanda Tórtima também está presente no início, mas sai no caminho para outro compromisso de trabalho.

É possível concluir que o áudio é do dia 27 ou 28 de março, por volta de 10 horas da manhã. A gravação, que tem cerca de 30 minutos, se inicia com Tórtima avaliando a reunião na PGR, dizendo que o resultado havia sido muito positivo.

Procuradoria

Quando ela deixa o carro, Saud aproveita para comentar sobre a relação entre Miller e a Procuradoria. “Não quis falar perto da Fernanda. Mas vocês viram como está claro que o Marcello está ‘assim’ com eles [Pelella e Sérgio Bruno]?”.

O executivo relata aos colegas um episódio. “Você viu o que eu pedi pro Marcello hoje? Eu falei pra ele, ‘Marcello, posso falar aqui?’, ele disse ‘pode’. Eu falei: ‘a casa lá escondida que o Delcídio fez, você não falou pra mim que lá é o melhor lugar, que lá ninguém chega e tal?’. Aí você viu o que ele [Pelella ou Sérgio Bruno] falou? ‘Tem o lugar que a gente fez com o Delcídio e tal’, será que é tanta coincidência assim?”.

Assis e Silva e Joesley, então, concordam com a teoria do colega. “Lógico, óbvio”.

É nesse momento que Assis e Silva insinua ter uma gravação da reunião que acabara de acontecer. “E teve mais uma outra coisa que ele [Pelella ou Sérgio Bruno] falou, logo que o Joesley entrou, que era uma conversa, que que era mesmo? Eu vou ouvir aqui de novo”.

Saud, segundo mostram outros áudios, foi o último a saber do início da negociação da colaboração e que Joesley estava gravando secretamente políticos.

Em algum momento, inclusive, houve receio por parte do dono da JBS de que Saud acabasse fazendo primeiro uma delação premiada, delatando Joesley.

Em depoimentos dados à PGR em meio ao imbróglio criado por causa da participação do ex-procurador, os delatores admitem ter tido contato com Miller e ter recebido orientações sobre a colaboração, mas negam que tenham sido orientados em gravações não autorizadas.

A casa do Delcídio

De acordo com apuração da reportagem, a “casa” a que Saud se referiu na gravação recuperada pela PF seria na verdade o MPM (Ministério Público Militar), que fica em Brasília.

O local foi utilizado pela PGR para tomadas de depoimentos de dois delatores: Ricardo Pessoa, dono da UTC, e Delcídio do Amaral (os dois tiveram a participação de Miller como procurador).

Segundo informações da gestão anterior da Procuradoria, o MPM foi usado para preservar o sigilo dos colaboradores, que não poderiam ser vistos em hipótese alguma.

Como os delatores da JBS estavam receosos, a mesma ideia foi oferecida, o que não foi para frente. Todos os depoimentos foram colhidos na própria PGR.

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