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Por Redação O Sul | 23 de abril de 2017
Delatores da Odebrecht apresentaram aos investigadores da Operação Lava-Jato extratos que seriam provas relativas ao pagamento de propina ao PMDB e ao PT por conta de um contrato de prestação de serviços da Diretoria Internacional da Petrobras.
O contrato do PAC SMS, da estatal, previa a manutenção de unidades da empresa no exterior e tinha uma previsão inicial de orçamento que superava os US$ 800 milhões.
Entre os documentos, há uma planilha com vários registros de pagamentos, inclusive em contas no exterior. São 70 pagamentos que vão de US$ 256 mil a US$ 3 milhões.
As planilhas somam US$ 65 milhões que foram repassados a seis codinomes entre 2010 e 2012. Entre eles, “Ferrari” e “Drácula”, que seriam, segundo os delatores, o ex-senador petista Delcídio do Amaral e o atual senador pelo PT, Humberto Costa. Já o codinome “Camponês” seria do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
É citado ainda o codinome “Acelerado”. O nome do político associado é o de Eduardo Siqueira Campos, filho do ex-governador de Tocantins pelo PSDB, José Wilson Siqueira Campos.
Também foram citados os codinomes “Mestre” e, “Tremito”. Na relação dos documentos já divulgados, não existem políticos relacionados a esses nomes, mas tudo indica que sejam do PMDB. O nome de políticos pode estar no material que ainda está sob sigilo para não atrapalhar as investigações.
O maior repasse foi para o codinome “Acelerado”, que recebeu em 2011 e 2012, US$ 24,75 milhões e “Tremito”, com US$ 19 milhões. Para distribuir esse dinheiro, a Odebrecht usou empresas em paraísos fiscais e entregas em dinheiro vivo no Brasil.
Márcio Faria, ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industrial, disse que participaram dessa negociação outro executivo da empreiteira, Rogério Araújo, e o lobista João Augusto Henriques, que era uma espécie de intermediário entre a construtora e o PMDB.