Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de março de 2017
Em resposta ao discurso de Donald Trump ao Congresso dos Estados Unidos, o Partido Democrata acusou o presidente de querer “cortar o acesso” de milhões de americanos à saúde e de ser o “ídolo de Wall Street”.
“Você e seus aliados republicanos no Congresso parecem decididos a cortar seguros de saúde acessíveis de milhões de americanos que precisam disso”, afirmou na noite desta terça-feira (28) Steve Beshear, ex-governador do Estado do Kentucky, escolhido pela cúpula democrata para falar em nome do partido sobre o discurso feito por Trump no Capitólio algumas horas antes.
Durante o discurso, o presidente foi ovacionado por seus correligionários ao prometer “desmontar e substituir” o Obamacare, programa implementado pela administração anterior e que subsidia a aquisição de planos de saúde para cerca de 20 milhões de pessoas.
Beshear, que ocupou o cargo de governador até 2015, é conhecido por ampliar a cobertura de saúde em seu Estado, cujo eleitorado tem forte inclinação conservadora. Ele fez seu pronunciamento com tom populista, usando roupas pouco formais, sentado em um restaurante em Lexington, no Kentucky.
A escolha de Beshear para representar o partido parece ser um aceno à população trabalhadora e branca, que ajudou a eleger Trump em novembro. O democrata criticou o presidente por beneficiar instituições financeiras e indicar executivos bilionários para seu gabinete, apesar de ter prometido em campanha que beneficiaria a população trabalhadora. “Isso não é ser nosso ídolo, é ser o ídolo de Wall Street”, disse Beshear.
Além disso, o ex-governador criticou Trump por seus ataques à imprensa, ao Judiciário e aos serviços de inteligência dos EUA e disse que esses ataques estão “acabando com a nossa democracia”.
Em seu primeiro discurso ao Congresso, Trump adotou um tom mais moderado do que em pronunciamentos anteriores desde que chegou à presidência. O republicano prometeu uma reforma da imigração baseada no “mérito” e pregou a cooperação entre os partidos em benefício da população. (Folhapress)