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Brasil Denúncias contra o médium João de Deus repercutem na imprensa internacional

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Acusado por mais de 500 mulheres de abuso, o médium aconselhava 40 dias sem sexo para quem se submetia às cirurgias espirituais. (Foto: Reprodução)

As acusações de abuso sexual contra João Teixeira de Faria, o médium João de Deus, chegaram ao noticiário internacional. Veículos como a rede inglesa BBC, a emissora árabe Al Jazeera e o jornal espanhol La Vanguardia noticiaram as denúncias divulgadas pelo programa Conversa com Bial, da TV Globo.

Na BBC, sob o título “João de Deus: curandeiro espiritual do Brasil acusado de abuso sexual”, a matéria relata que cerca de 12 mulheres acusaram o médium de cometer abuso sexual. O veículo destaca que, embora baseado em Abadiânia, uma cidade de 15 mil habitantes localizada a 120 quilômetros de Brasília, no estado de Goiás, João de Deus tem seguidores no mundo todo e menciona a apresentadora Oprah Winfrey, uma das devotas mais proeminentes do médium.

A maior emissora do mundo árabe, a rede Al Jazeera também noticiou das denúncias contra João de Deus. Na matéria “Mulheres acusam famoso curandeiro espiritual brasileiro de abuso sexual”, o veículo cita ainda o fato de João de Deus já ter sido acusado de outros crimes no passado, mas nunca ter respondido por eles. A Al Jazeera cita ainda que, além do Brasil, a figura do médium tem ampla inserção nos Estados Unidos, na Europa e na Austrália.

No La Vanguardia, a matéria “Reconhecido médium brasileiro é acusado de hipnotizar e abusar de suas pacientes” além de citar as acusações de abuso sexual, destaca o fato de João de Deus já ter atendido pessoas como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao menos 15 mulheres denunciaram à imprensa abusos que o médium teria cometido enquanto fazia atendimentos no hospital espiritual Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, Goiás. Um grupo de mulheres analisa acionar judicialmente o médium.
De acordo com os relatos das mulheres que denunciam os abusos, João de Deus seguia um padrão, fazendo com que elas fossem direcionadas pela entidade que dizia incorporar para uma conversa em particular, em uma sala privada. Ali, ainda segundo os relatos ouvidos pelo jornal O Globo, ele apalpava ventre, seios e nádegas das mulheres e as obrigava a tocar seu pênis.

Abadiânia

As denúncias de abuso sexual contra João de Deus transformaram a rotina da pequena Abadiânia, onde o médium faz seus atendimentos. Os moradores do município e seguidores de João demonstram um misto de preocupação e raiva, com a maioria deles dizendo não acreditar nas acusações, que vieram à tona no sábado. Por meio de sua assessoria, o médium rechaçou as denúncias.

“Tenho certeza de que estão tentando fazer alguma armação contra ele”, disse uma admiradora, que pediu para não ter o nome revelado. Ela estava na Casa Dom Inácio de Loyola, centro erguido por João na cidade e local dos atendimentos espirituais que realiza. O movimento no local era bastante pequeno, embora no fim de semana costume ser mesmo um pouco menor (as sessões de cura acontecem de quarta a sexta-feira). “Fiquei chocada, porque aqui é um lugar com uma energia muito boa. Eu não acredito que algo ruim aconteça aqui”, disse outra mulher, que também não quis se identificar.

Entrevistados pelo jornal Correio, de Minas Gerais, muitos moradores da cidade demonstraram apreensão também com o futuro do médium e da cidade, cuja economia hoje toda se baseia nas atividades da Casa Dom Inácio de Loyola, onde ocorrem os atendimentos. Pensões e comércios atendem milhares de devotos que chegam sem parar ao município.

João de Deus abriu o espaço em Abadiânia em 1976, após ser , durante as décadas de 1950, 1960 e 1970, denunciado diversas vezes por falso exercício da medicina. Por isso, sempre gostou de mostrar à imprensa recomendações de delegados, juízes e políticos atestando a idoneidade, a eficácia, a compaixão e a generosidade de suas cirurgias espirituais, oferecidas sem qualquer pagamento.

O médium morou em Brasília nos tempos pioneiros da cidade, primeiro na Cidade Livre e, em seguida, no Cruzeiro. Conheceu o então presidente Juscelino Kubistchek, que era médico, mas sempre se interessou por tratamentos espirituais e prestigiou João. Apresentou o médium a pessoas influentes, que permitiram que João trabalhasse com mais tranquilidade.

Em razão das pressões de padres da igreja católica, João de Deus cogitou mudar a sede para outra cidade, em 1983. No entanto, ele foi convencido a permanecer graças a um bilhete do médium Chico Xavier, que reafirmou Abadiânia como lugar ideal para o centro: “Prezado João, caro amigo, Abadiânia é o abençoado recinto de sua iluminada missão e de sua paz”.

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https://www.osul.com.br/denuncias-contra-o-medium-joao-de-deus-repercutem-na-imprensa-internacional/ Denúncias contra o médium João de Deus repercutem na imprensa internacional 2018-12-09
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