Sábado, 20 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Depois de expandir as suas instalações para a Olimpíada de 2016, 13 hotéis fecharam as portas no Rio de Janeiro, devido à crise. O setor tem hoje mais quartos na cidade do que turistas interessados em ocupá-los

Compartilhe esta notícia:

A insegurança também é apontada como fator determinante. (Foto: Agência Brasil)

Era para ser um legado, mas a expansão do número de hotéis no Rio de Janeiro para a Olimpíada de 2016 se transformou em um pesadelo para as grandes redes que apostaram na cidade. Passada a euforia dos Jogos, o setor hoje tem mais quartos do que turistas interessados em ocupá-los.

O resultado do desequilíbrio na equação é uma crise sem precedentes, que já levou ao fechamento, desde o final de 2016, de 13 hotéis. Outros três empreendimentos também cerraram as portas, alegando reformas. A perda mais recente é a do Mercure Barra. Inaugurado em 2014, na Avenida do Pepê, na Barra da Tijuca, ele encerrou de vez as atividades nessa quarta-feira.

Juntos, os 16 hotéis que deixaram de funcionar nos últimos dois anos tinham 2.828 quartos, segundo dados da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis). Quatro deles ficavam no Centro – não houve burburinho da Lapa ou renovação do Porto que ajudasse os negócios a deslanchar.

A ocupação média na área, no mês de julho, normalmente um bom período por causa das férias escolares, foi de apenas 23,4%, quase metade da média da cidade, de 42,60%. Na Barra e em São Conrado, que perderam três empreendimentos, entre desistências e obras, a ocupação, no mesmo período, foi de 37,80%, diz a entidade.

A queda na atividade turística da Cidade Maravilhosa vem ocorrendo no mesmo ritmo frenético da expansão que o setor experimentou no período pré-olímpico. Impulsionados pela esperança de que o Rio seria a “capital da vez”, e também por uma linha de crédito especial do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), os empresários hoteleiros ergueram milhares de quartos.

Em 2016, os turistas tinham à disposição 58.983 leitos, um aumento de 64,3% em relação aos 35.899 existentes em 2012, de acordo com dados do Ministério do Turismo. “Chegamos a quase 60 mil quartos no mercado. Para piorar, a maioria dos hotéis foi feita na Barra, que tinha mais espaço, mas é um bairro desconhecido dos turistas internacionalmente, diz o presidente da ABIH no Rio de Janeiro, Alfredo Lopes.

Ele aponta a falta de investimentos, até mais do que a violência, como a principal culpada pela crise: “Depois das Olimpíadas, não tivemos nenhuma propaganda para atrair o consumidor final, vender o Rio em todo País e no mundo”.

Ainda segundo ele, hotéis que anunciam reformas também podem estar em dificuldades: “É praxe no mercado suspender as atividades e anunciar obras ou retrofits para reabrir num momento de recuperação da atividade econômica”.

Pior resultado

O reflexo disso, porém, é a alta no desemprego. Um estudo publicado pela CNC (Confederação Nacional de Comércio, Bens, Serviços e Turismo) mostra que o Rio perdeu 2.244 vagas no setor turístico em junho. O economista Antonio Everton diz que o resultado é o pior do País, que no total teve queda de 7.743 vagas.

Para ele, a crise financeira do Estado também é culpada, pois leva a uma redução no turismo corporativo. “O Rio de Janeiro deixa de recepcionar eventos corporativos por causa da crise”, acrescenta. “Há também o impacto da violência, que não é desprezível.”

Com tantos empecilhos, os empreendimentos que resistem têm adotado estratégias para se manter – e a redução no valor das diárias é uma delas. No réveillon, por exemplo, o setor alcançou quase 100% da capacidade, mas isso porque reduziu o preço da hospedagem em até 35%.

O presidente da Riotur, Marcelo Alves, está esperançoso de que a situação mude. Ele diz não ter recursos para aplicar na promoção da cidade no exterior, mas garante que captará verbas, ano que vem, por meio de parcerias. E estima que obterá R$ 30 milhões, três vezes mais do que o valor de que dispõe hoje.

A paralisação ou o fechamento definitivo das atividades abrange os seguintes estabelecimentos: Marina Palace, Gran Meliá Hotel Nacional, Sofitel Copacabana, Pullman, Rios Nice e Ipanema Plaza.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Após Renan Calheiros “esticar a corda”, o PMDB reage: os senadores da bancada reclamam que ele está usando seus interesses pessoais como se fossem do partido
Renan Calheiros usa ataques ao Governo como estratégia para garantir proteção: uma tentativa aflita de se manter de pé
https://www.osul.com.br/depois-de-expandir-as-suas-instalacoes-para-a-olimpiada-de-2016-13-hoteis-fecharam-as-portas-no-rio-de-janeiro-devido-a-crise-o-setor-tem-hoje-mais-quartos-na-cidade-do-que-turistas-interessados-em/ Depois de expandir as suas instalações para a Olimpíada de 2016, 13 hotéis fecharam as portas no Rio de Janeiro, devido à crise. O setor tem hoje mais quartos na cidade do que turistas interessados em ocupá-los 2018-08-01
Deixe seu comentário
Pode te interessar