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Política Deputado federal eleito com 345 mil votos, o melhor resultado do Rio de Janeiro, é filho de pedreiro e se orgulha de ter sido o único de fora da família do presidente eleito a receber autorização para usar o sobrenome Bolsonaro

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Helio Bolsonaro e Jair Bolsonaro, em campanha no Rio de Janeiro. (Foto: Reprodução/Facebook)

Ao fim de cada postagem nas redes sociais, o subtenente do Exército Helio Fernando Barbosa Lopes se apresenta, em forma de hashtag, como “o negão do Bolsonaro”. Aos 49 anos, orgulha-se de ter sido o único de fora da família do presidente eleito a receber autorização para usar o sobrenome. Assim, Helio Bolsonaro alcançou 345 mil votos para a Câmara dos Deputados, a maior votação no Rio de Janeiro. As informações são do jornal O Globo.

A amizade entre os dois começou há duas décadas, pavimentada pela carreira militar dos dois. Como parlamentar e capitão da reserva do Exército, Jair Bolsonaro manteve uma agenda frequente de visitas a quartéis. Os dois se conheceram num desses eventos e mantiveram contato desde então. Vez por outra, Helio visitava o escritório da família Bolsonaro, em Bento Ribeiro, na Zona Norte do Rio. Os encontros aconteciam também fora do período eleitoral e, pouco a pouco, formou-se um laço de confiança entre ambos.

Helio Negão, como é conhecido, vislumbrava entrar na política, mas só fez sua primeira tentativa em 2014, filiado ao PTN. Buscou uma vaga na Câmara, mas a candidatura não foi adiante, por problemas no registro. Em 2016, Helio decidiu ser candidato a vereador em Nova Iguaçu pelo PSC, partido de Bolsonaro à época. Apesar do apoio, Helio recebeu apenas 480 votos.

O subtenente, no entanto, fazia parte dos planos de Bolsonaro para 2018. Antes de a campanha eleitoral ganhar as ruas, o então pré-candidato do PSL à Presidência confessou aos aliados mais próximos: queria apadrinhar dois militares da ativa, um para concorrer a uma cadeira na Câmara e outro para disputar uma vaga de deputado estadual, assumindo os votos de seu filho mais velho, Flávio Bolsonaro, que concorreria ao Senado. Escolheu Helio para a primeira vaga e a segundo sargento paraquedista do Exército Alana Passos para a segunda. Ela também foi eleita.

Para adversários, foi uma estratégia de Bolsonaro para se livrar do rótulo de racista e misógino. Em um vídeo após o pleito, o presidente eleito comemora a eleição dos dois aliados e diz que serviu “para desfazer esses mitos de mulher, de negros”, referindo-se às acusações de preconceito.

“Helio, meu irmão, conheço há mais de 20 anos. Propus um desafio para ele: falam que eu não gosto de negão. Posso fazer uma maldade contigo? Você é o nosso candidato a deputado federal. Foi o mais votado do Rio”, disse Bolsonaro, em um vídeo em que comemora a votação do aliado.

Filho de um pedreiro e uma empregada doméstica, Helio estudou até o ensino médio, é casado e pai de dois filhos. Nasceu em Queimados, mas foi criado em Austin, na vizinha Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Numa rua de pouco movimento, no alto de uma ladeira, está o imóvel em que até hoje vive a mãe, Neli. No pouco comércio ao redor, todo mundo conhece o subtenente.Um parente do deputado federal eleito disse que agora ele estava morando no Rio, mas que, aos fins de semana, visita a mãe em Austin.

A amizade com o subtenente tem sido usada por Bolsonaro também na Justiça. O futuro deputado foi relacionado como testemunha de defesa no Supremo Tribunal Federal (STF) quando o presidente eleito foi acusado de racismo por ter se referido ao peso de quilombolas por arrobas, medida usada para animais. Em setembro, a 1ª Turma do Supremo rejeitou a denúncia. Helio costuma defender o padrinho nesse tema. Bolsonaro não é racista. Eu sou a prova de que ele não é racista”, afirma, em um vídeo de 24 de agosto.

Logo depois do segundo turno, o militar viu seu nome envolvido em uma polêmica com o cantor Marcelo D2, que, em suas redes sociais, escreveu: “Tô querendo tocar nesse assunto, super delicado, há alguns dias. E o negão do Bolsonaro, hein? Talvez seja essa a nova nomenclatura pro escravo da casa grande. Bater palma pro patrão, no caso aqui lamber o coturno do capetão. ‘Eu não sou racista, tenho ATÉ um amigo preto’”.

Helio respondeu: “Querido @Marcelodedois. Pare de pré-julgamento de minha pessoa ou do porquê de eu estar ali ao lado do homem/irmão que me deu a mão e me ouviu. Fui o mais votado por mérito e graças a deus pela aceitação do povo. Bato palma para meu irmão, não meu patrão…”.

Nos vídeos das redes sociais, Bolsonaro gosta de se referir a Helio como irmão. Vez ou outra, completa, em tom de brincadeira, com algum comentário sobre a cor da pele do aliado: “Meu irmão de dez meses. Demorou um pouquinho para nascer. Quase que torra”, disse o presidente eleito em um vídeo do dia 11 de outubro. Ao que o subtenente completa: “Para vocês que falaram besteira, ele me deu uma carteira de deputado. Um negro, crioulo, o deputado mais votado do Rio”.

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