Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Colunistas A derrotada no plenário

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(Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Quem perdeu na discussão do caso Aécio? A língua. Um senador falou em mendingância. Outro deitou e rolou nos recursos “vultuosos”. Muitos subiram pra cima, desceram pra baixo, jantaram à noite. Todos tinham uma preocupação – falar bonito. Bobearam. Pisaram a grafia, confundiram significados, desperdiçaram palavras.

Troca de letras

Há vocábulos que nasceram com o destino traçado. Vieram ao mundo para apanhar. Poucos lhes acertam a grafia. Um deles: estupro. Outros: mendigo e mendicância. O trio se escreve assim – sem tirar nem pôr.

Confusão de sentidos

Vultoso ou vultuoso? As duas palavras existem. Estão às ordens para dar recados. Vultoso quer dizer alto, elevado. Vultuoso, atacado de vultuosidade (congestão facial). Sua Excelência teria tirado nota 10 se tivesse falado em recursos vultosos.

Vício ou estilo?

Parlamentar adora falar. Sente prazer em ouvir a própria voz. Não raro abusa. Apela para redundâncias. E desperdiça. Vale a questão: é sempre errado recorrer a pleonasmo ou há alguma situação em que essa figura de linguagem é bem-vinda? A palavra pleonasmo vem do grego. Na língua de Platão e Aristóteles, quer dizer superabundância. Em bom português: repetição de uma ideia com palavras diferentes.
Há pleonasmos e pleonasmos. Alguns não dão nenhuma expressividade à frase. Aí, deixam de ser figuras de linguagem e passam a ser vício. É o caso de comer com a boca, subir pra cima, descer pra baixo, entrar pra dentro, sair pra fora, jantar à noite, elo de ligação, ver com os olhos. Outros acrescentam graça e força à frase. São bem-vindos: Ele sabe pescar peixe, mas não sabe pescar homens. Ver com meus olhos não é o mesmo que ver com os dedos. Esse ouro, posto que naturalmente desce pra baixo, havia de subir pra cima.

Buddha ensina

Perguntaram a Buddha: “Qual a diferença entre ‘eu gosto de você’ e ‘eu amo você’?”
Ele respondeu: “Quando você gosta de uma flor, você a arranca. Quando você ama uma flor, você a rega todos os dias. Quem entende isso entende a vida.”

Depende

Depois de dois-pontos, letra maiúscula ou minúscula? Depende. Olho no que vem depois.

1. Se for explicação ou enumeração, não duvide. É minúscula:
A questão era esta: nada a fazer.
Na feira, selecionou as frutas: banana, laranja, pera, maçã, uva e abacaxi.

2. Se for citação ou frase de alguém, a maiúscula pede passagem:
Fernando Pessoa escreveu: “Navegar é preciso. Viver não é preciso”.

O diretor foi curto e grosso: “Retire-se!”.

Por falar em ponto…

Depois de interjeições, é necessário usar algum ponto? Sim. Interjeição traduz estado emocional. Por isso pede ponto de exclamação: ah!, oh!, olá!, oxalá!, tomara!, ui!, alto!, psiu!, cuidado!, alerta!

Leitor pergunta

No juridiquês, usa-se “a folhas” para indicar a página. A duplinha está certa? No plural?
Célio Castro, Gama

Trata-se de linguagem forense. Juízes, advogados, promotores & cia. são loucos pela forma rançosa. A gramática a abona. Mas… vamos combinar? Não a adote fora do âmbito das togas.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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