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Por Redação O Sul | 13 de janeiro de 2017
Já dizia a sabedoria popular: não se irrite tanto, ou poderá morrer do coração. Pois cientistas de Harvard, uma das mais conceituadas universidades do mundo, descobriram detalhes por trás da relação entre estresse e doenças vasculares.
Os ‘culpados’, segundo estudo divulgado na quinta-feira (12) na revista ‘Lancet’, são as amídalas cerebelares, pequenas estruturas do cérebro que têm função importante no corpo humano. E é bom prestar atenção nelas, pois o número de pessoas com pressão arterial alta aumentou substancialmente em todo o mundo nos últimos 25 anos.
A partir de dois estudos com 306 voluntários durante quatro anos, a equipe liderada por Ahmed Tawakol, da Escola de Medicina de Harvard, enxergou ligações entre a alta atividade das amídalas do cérebro e o aumento de pressão em 22 pacientes.
“Nossos resultados deram um ‘insight’ que mostram como o estresse pode levar a problemas cardiovasculares”, atesta Tawakol. “Ganha força a ideia de que evitar aborrecimentos traz benefícios concretos, muito além da vaga sensação de bem-estar”, completa. E ele vai além: “Estresse crônico deveria ser considerado fator de risco, como sobrepeso, sedentarismo e tabagismo.”
Já outro estudo, do Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação da Universidade de Washington, publicado no ‘Journal of the American Medical Association’, estima que 874 milhões de indivíduos tiveram hipertensão em 2015, o que causou a morte de 10 milhões de pessoas. Houve aumento de 40% nessas estatísticas desde 1990.
China, Índia, Rússia, Indonésia e Estados Unidos representaram mais da metade dos anos de vida perdidos devido à pressão alta.
O maior número dessas mortes deveu-se à cardiopatia isquêmica (4,9 milhões), acidente vascular cerebral hemorrágico (2 milhões) e acidente vascular cerebral isquêmico (1,5 milhão). “Essas estimativas são preocupantes”, escreveram os pesquisadores, acrescentando que “a epidemia global de obesidade pode aumentar ainda mais a pressão alta”.