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Brasil Desvio de dinheiro no mensalão é estimado em 141 milhões de reais. No petrolão, 6 bilhões de reais

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O deputado José Janene (PP-PR), já falecido, é um dos réus que aparecem nos dois escândalos. (Foto: Lula Marques/Folhapress)

Mensalão e petrolão podem apresentar nomes parecidos e diversos pontos em comum, mas seus valores são muito diferentes. O primeiro escândalo, considerado o mais grave do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003–2010), envolveu pagamento de propinas em troca de apoio ao governo no parlamento e levou à condenação de 25 pessoas, incluídos 12 políticos e dirigentes partidários. Montante envolvido: 141 milhões de reais.

A sangria na Petrobras, por sua vez, resultou em 49 políticos investigados, dentre eles os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB. Quase vinte executivos de grandes empreiteiras já foram presos. Desvio estimado: 6,2 bilhões de reais.

Persistência

Alguns personagens figuram em ambos os escândalos e esse fato, longe de ser mera justaposição histórica, é bastante ilustrativo de que, enquanto os holofotes se voltavam para o mensalão, o petrolão fincou as suas raízes na maior companhia brasileira, a Petrobras.

Um deles é Pedro Corrêa. No dia 5 de outubro de 2012, última sexta-feira antes das eleições municipais daquele ano, o então deputado federal (PP-PE) se encontrou, em escritório de São Paulo, com Rafael Ângulo Lopez, ligado ao doleiro Alberto Youssef e encarregado de distribuir dinheiro vivo a políticos de todo o Brasil. Lopez recheou, ali, uma mala com 2 milhões de reais em maços de cédulas, levada por Corrêa.

A origem do dinheiro era a propina paga por empreiteiras em contratos com a Petrobras, ou seja, o chamado Petrolão. Esse episódio ocorreu apenas um mês antes de Corrêa ser condenado a 9 anos e 5 meses de prisão por lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha, mas em outro caso rumoroso: o mensalão. O ex-parlamentar nega a propina, mas os registros da portaria do prédio paulistano mostram que ele esteve no escritório de Youssef pelo menos 19 vezes em 2011 e 2012, período em que era réu do processo penal do mensalão.

Janene

No primeiro semestre de 2004, o deputado José Janene (PP-PR) era um dos sacadores de dinheiro das contas das empresas do publicitário mineiro Marcos Valério, principal operador do esquema. Pela versão de Youssef, Janene chantageava o Palácio do Planalto, ameaçando obstruir votações de interesse do governo, caso não obtivesse uma diretoria da Petrobras.

O objetivo foi alcançado: em 14 de maio do mesmo ano, Paulo Roberto Costa assumiu a diretoria de Abastecimento, indicado pelo partido de Janene, que acabou falecendo em 2010, antes do julgamento do mensalão.

Costa afirma que o cartel das empreiteiras já existia na estatal desde 2000. A sua diretoria, no entanto, só começaria a ter caixa para grandes obras seis anos depois. Ainda segundo o ex-diretor, até 3% do valor de cada contrato eram um sobrepreço que retornava como propina a diretores e partidos. No caso de Costa, essa cota era rateada com o PP.

Segundo as investigações, o esquema se reproduziu na área Internacional da Petrobras (considerada um feudo do PMDB, principal parceiro do PT no Congresso Nacional pós-mensalão) e também na diretoria de Serviços, chefiada por Renato Duque.

Indicado pelo ex-ministro José Dirceu, principal condenado no mensalão, Duque foi apontado por delatores como o homem que definia, junto com o tesoureiro João Vaccari Neto, a propina destinada ao PT pelas empreiteiras. Duque e Vaccari estão presos, ao passo que Dirceu é investigado pela Operação Lava-Jato. Sua empresa de consultoria teria recebido 10 milhões de reais de construtoras envolvidas no petrolão.

Planalto

O mensalão, por sua vez, passou a rondar o gabinete do então presidente Lula em agosto de 2005, quando o publicitário Duda Mendonça, em depoimento à CPI dos Correios, associou a campanha de 2002 a crimes eleitorais e financeiros. Dentre outras revelações, ele admitiu ter recebido cerca de 5 milhões de reais do PT em contas no exterior.

A oposição passava a contar com fatos incisivos para pressionar o governo. Em dezembro daquele ano, a popularidade de Lula despencou para 29%, índice mais baixo de seus dois mandatos. A hipótese de impeachment já acossava o Planalto, mas a oposição apostou no desgaste para bater o presidente nas urnas. Deu errado: o petista se reelegeu e ainda encaminhou a sua sucessora, Dilma Rousseff. (Marcello Campos com agências)

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