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Mundo Dez anos após uma longa recessão, os Estados Unidos têm economia quente demais

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Sarasota estava no epicentro da crise. (Foto: Reprodução)

A economia dos Estados Unidos esquentou – até demais – depois de uma década da falência do banco Lehman Brothers, em Nova York, em 15 de setembro de 2008, maior quebra corporativa do país, seguida de uma longa recessão.

À beira-mar no sudoeste da Flórida, Sarasota é considerada o epicentro da crise global. No final de 2007, ela e cidades vizinhas como St. Petersburg e Tampa experimentaram uma queda abrupta nos preços dos imóveis, desencadeando uma onda que se propagaria primeiro pelos EUA e, depois, pelo resto do mundo.

O movimento culminaria no que hoje se convencionou chamar de Grande Recessão, a maior crise global desde a Grande Depressão que se seguiu ao “crash” da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929.

Durante a chamada “bolha imobiliária” que se formou antes da quebra do Lehman Brothers, os bancos forneciam financiamentos, sem pedir muitas garantias, a quem quisesse comprar uma casa.

Na época, os bancos concediam cada vez mais financiamentos, e os preços dos imóveis não paravam de subir. E eles não paravam de subir porque os bancos emprestavam sem parar – inflando a demanda por casas com financiamentos baratos e reduzindo o estoque de moradias.

Depois de conceder os empréstimos, os bancos “empacotavam” as dívidas de seus mutuários em produtos financeiros obscuros e de nomes sofisticados. E os vendiam ao redor do mundo tendo como “garantia” selos de qualidade inócuos de agências de classificação de riscos.

Mas a garantia e a remuneração desses produtos dependiam de os mutuários continuarem pagando as prestações e, em grande medida, de os imóveis seguirem em alta.

Muitos compraram três ou quatro imóveis na expectativa de valorização eterna, em muitos casos com planos de revender ou alugar para pagar as prestações.

Quando ficou claro que os preços não subiriam para sempre e os bancos cortaram novos financiamentos, os mutuários começaram a se desfazer de suas casas.

Os preços desabaram. E aqueles títulos com nomes sofisticados passaram a perder valor imediatamente.

Recheados com montanhas de papéis lastreados em financiamentos inadimplentes, os balanços dos bancos registraram prejuízos gigantescos.

Enquanto alguns quebravam, como o Lehman Brothers, quase todos pararam de emprestar dinheiro a empresas e consumidores, jogando os EUA primeiro, e depois o mundo, na espiral da crise.

Na recessão, o PIB dos EUA encolheria -0,3% em 2008 e -2,8% em 2009, o desemprego iria a 10% com a demissão de 9 milhões de pessoas e mais de 6,3 milhões de famílias, segundo estimativas conservadoras, seriam despejadas.

O fato tem levado à pergunta: os Estados Unidos não estariam formando as condições para uma nova crise?

Maior economia do mundo com um PIB de US$ 20 trilhões, os EUA acabam de completar 110 meses de expansão econômica, o segundo maior ciclo em 164 anos, de acordo com o NBER (Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, na sigla em inglês). Normalmente, esses ciclos duram menos de 40 meses, em média.

Embora os EUA e a maioria dos países desenvolvidos tenham deixado a Grande Recessão para trás, o motivo na raiz da crise segue presente: famílias, empresas, governos e bancos continuam altamente endividados, fato que motivou o colapso há dez anos.

Na prática, com a exceção dos bancos, submetidos a nova regulamentação após a crise, o endividamento global em dólares é superior ao do nível anterior a 2008.

Após o estouro da crise e para salvar bancos e empresas do destino do Lehman Brothers, o Fed (banco central dos EUA) e o BCE (Banco Central Europeu) promoveram cortes agressivos em suas taxas de juros e adquiriram trilhões de dólares em títulos de empresas e governos para injetar liquidez na economia como um todo.

No caso dos governos, houve um aumento, em dólares, de 81% no endividamento global. Como proporção do PIB mundial, as dívidas estatais passaram de 64% para 84%.

Nas empresas não financeiras, a alta em dólares foi de 61% –e de 79% para 92,5% como proporção do PIB global.

Ao constatar um mundo “mais afundado em dívidas do que há dez anos”, o FMI (Fundo Monetário Internacional) alertou há algumas semanas para dois riscos principais: 1. o alto endividamento pode dificultar a rolagem dos débitos e obrigar os governos a pagar mais juros, agravando o quadro e; 2. em uma nova crise ou recessão mais forte, os governos, já muito endividados, não teriam tanto espaço para socorrer empresas, bancos e famílias.

Nos EUA, há sinais de que o atual ciclo de expansão pode estar perto do fim, como o elevado endividamento das empresas e a taxa de desemprego, extremante baixa.

Isso já pressiona salários e a inflação, o que deve levar o banco central americano a subir mais os juros nos próximos meses, esfriando a economia.

tags: economia

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