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Brasil Dez anos atrás, uma ex-mulher acusou Bolsonaro de manter uma renda superior ao que recebia como deputado e ex-militar, mas hoje nega as acusações

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Ana Cristina concorre a deputada federal pelo Podemos-RJ. (Foto: Reprodução)

A revista “Veja” teve acesso a um processo em que a ex-mulher do candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle disputava com ele a guarda de um filho dos dois, hoje com 20 anos, e pedia pensão alimentícia. Ela alegava que Bolsonaro se recusava a fazer a partilha justa dos bens.

O processo é de abril de 2008, da 1ª Vara de Família do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A revista afirma que, na ação, Ana Cristina anexou uma lista de bens e a declaração do Imposto de Renda de Bolsonaro relativa àquele período.

A lista discrimina 17 bens arrolados – incluindo três casas, três salas, um apartamento, três lotes, cinco veículos e uma moto-aquática. Os bens somavam R$ 4 milhões que, segundo a revista, equivalem em valores atualizados a R$ 7,8 milhões.

A revista compara a declaração de imposto de renda que consta do processo com a relação de bens apresentada, em 2006, à Justiça Eleitoral por Bolsonaro, em que o deputado declarou R$ 433.934. O valor é, portanto, inferior ao que consta no Imposto de Renda dele.

O advogado Daniane Furtado, especialista em direito eleitoral, disse à revista que a omissão de bens na declaração à Justiça Eleitoral pode ser enquadrada nos crimes de falsidade ideológica e sonegação.

A reportagem revela que no processo Ana Cristina diz que Bolsonaro tinha uma próspera condição financeira. E que a renda mensal do deputado chegava a R$ 100 mil reais – R$ 183 mil em valores atualizados.

Naquela época, Bolsonaro recebia R$ 26,7 mil como deputado e R$ 8,6 mil como militar da reserva. No processo, Ana Cristina diz que, para totalizar os R$ 100 mil reais, Bolsonaro recebia outros proventos. Mas ela não identifica a origem desses recursos.

A revista reproduz, ainda, um boletim de ocorrência policial de 26 de outubro de 2007 em que Ana Cristina denuncia o furto de R$ 600 mil em joias, US$ 30 mil e R$ 200 mil em dinheiro vivo guardados num cofre alugado por ela numa agência do Banco do Brasil, no Centro do Rio. A reportagem afirma que esses valores são incompatíveis com os rendimentos do casal.

O registro do furto do conteúdo do cofre na polícia foi confirmado pela revista e pela TV Globo. Ana Cristina foi chamada para depor nesse inquérito, mas jamais compareceu. A investigação foi arquivada pela polícia.

Em um depoimento ao qual a “Veja” teve acesso, um gerente do banco, Alberto Carraz, confirmou que o casal mantinha cofres na agência e que o cofre de Ana Cristina teve o conteúdo furtado.

A revista revela que Carraz foi ele próprio acusado há dois anos de furtar mais de R$ 2 milhões de vários cofres da agência do Banco do Brasil onde trabalhava. A revista indaga: poderia ter sido ele o então ladrão do cofre de Ana Cristina? Mas a própria revista afirma que na lista de supostas vítimas de Carraz não aparece o nome de Ana Cristina nem de Bolsonaro.

Chantagem e ameaças

Segundo a revista, na fase em que discutia a guarda do filho, a defesa de Bolsonaro juntou um depoimento em que o deputado acusava a mulher de chantageá-lo. Dizia que Ana Cristina tinha levado o filho para o exterior e condicionava o retorno da criança à devolução do dinheiro e das joias supostamente tiradas do cofre.

Na semana passada, o jornal Folha de S.Paulo publicou telegramas do Itamaraty em que Ana Cristina diz ao cônsul brasileiro que foi para a Noruega depois de ameaçada de morte pelo ex-marido. Ana Cristina negou que tenha falado em ameaça ao cônsul e se disse indignada com a reportagem.

No processo de separação a que a Veja teve acesso, Ana Cristina afirma ainda que o motivo da separação foi o comportamento explosivo e de desmedida agressividade de Bolsonaro.

Bolsonaro e Ana Cristina se separaram oficialmente em 2008. A revista relata que a disputa pelos bens foi resolvida nos termos reivindicados por Ana Cristina e o valor da pensão foi acertado. Hoje, Ana Cristina é candidata a deputada federal pelo Podemos-RJ e se identifica como “Cristina Bolsonaro”.

Defesa

Sobre as acusações, Ana Cristina declarou à revista que foram fruto de excessos retóricos. Numa curta entrevista à revista, ela disse que as joias e o dinheiro eram coisas dela, coisas do marido e joias que ganhou dele. Disse, ainda, que não se lembra por que não atendeu às convocações da polícia para depor sobre o suposto furto das joias.

Em outro momento da reportagem Ana Cristina negou as acusações que fez no processo. Disse que, “quando está magoada, fala coisas que não deveria”. Questionada sobre outros rendimentos e a vida afortunada do candidato, perguntou: “Eu falei isso?”

Sobre as acusações de que Bolsonaro era explosivo e de desmedida agressividade, Ana Cristina disse à revista que Bolsonaro é “digno, carinhoso, honesto e provedor”. Acrescentou que, “apesar de machão, ama os filhos incondicionalmente e trata suas mulheres como princesas”.

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