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Brasil Dez militares do Exército foram presos após atirar mais de 80 vezes no carro de um músico no Rio de Janeiro

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Luciana dos Santos Nogueira, viúva de Evaldo. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Pelo menos dez militares do Exército foram presos em flagrante pelo envolvimento no fuzilamento do carro de uma família em Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro, no domingo (7). O músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, morreu depois que o carro foi alvejado por mais de 80 tiros.

O músico levava a família para um chá de bebê no momento em que foi atingido por três disparos. O sogro de Evaldo também ficou ferido, mas se recupera bem. Outras três pessoas estavam dentro do carro.

O filho mais velho do músico, Daniel Rosa da Silva, de 29 anos, contou que além dos 80 tiros disparados contra o carro de sua família, foram encontradas mais de 200 cápsulas no chão.

Segundo a polícia, os militares teriam aberto fogo contra o carro ao confundi-lo com um veículo de criminosos que atuam na região. “Para mim, isso é uma execução”, afirmou Silva. “Foram 80 tiros no carro, mais 200 cápsulas de munição pelo chão. Vão botar o Exército na rua para garantir a segurança? Que segurança foi essa? Acabaram com uma família.”

Silva contou que não houve nenhuma abordagem oficial, nem mesmo um pedido para parar o carro ou prestar esclarecimentos. Os militares apenas atiraram contra o veículo. O irmão mais novo de Silva, de apenas 7 anos, estava no carro alvejado mas não ficou ferido. “Imagina uma criança perguntando o tempo todo pra você: ‘onde está meu pai?'”

Em nota, o CML (Comando Militar do Leste) disse que ouviu o depoimento de 12 militares, dos quais dez foram presos em flagrante. Ainda segundo o CML, as prisões ocorreram “em virtude do descumprimento de regras de engajamento”.

Uma testemunha civil não identificada também teria sido ouvida pelos militares. Os depoimentos foram acompanhados por um representante do MPM (Ministério Público Militar), que acompanha as investigações.

“O promotor de Justiça Militar Fernando Hugo Miranda Teles, da Procuradoria de Justiça Militar no Rio de Janeiro, está em contato permanente com o general de Divisão Antonio Manoel de Barros, comandante da 1ª Divisão de Exército, unidade militar responsável pela apuração dos fatos”, informou o MPM em nota.

A deputada estadual Renata Souza (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), afirmou que pretende entrar com uma representação no MPF (Ministério Público Federal) pedindo à instituição que investigue a morte de Evaldo.

A deputada lembrou que na sexta-feira (5) Christian Felipe Santana de Almeida Alves, de 19 anos, foi morto por militares do Exército durante blitz na Estrada Pedro de Alcântara, em Realengo, na zona oeste. Ele estava na garupa da moto pilotada por um amigo de 17 anos. O Comando Militar do Leste informou, na ocasião, que os jovens não obedeceram à ordem de parada e furaram o bloqueio. A família contesta a versão.

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