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| Peleadoras: os desafios de uma mãe de gêmeos com necessidades especiais no RS

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Magda com os filhos gêmeos Pietro e Helena. (arquivo pessoal)
Por Kyane Sutelo

Todo ano, nascem, no Brasil, aproximadamente 2,8 milhões de bebês, conforme dados do IBGE. E, com eles, nascem também novas mães. Algumas, como diz a expressão popular, “de primeira viagem”, outras que já possuem alguma experiência. Mas todas começam, naquele momento, uma nova jornada. Porém, para algumas delas, as dificuldades no caminho podem ser maiores, como é o caso da Magda.

Magda Eilert tem 45 anos e dois filhos gêmeos de cinco. A vida dela com a Helena e o Pietro tem as questões diárias da maioria das mães: pensar na alimentação, lidar com bagunça, brinquedos, desenhos, mãe pra cá e mãe pra lá. No entanto, além disso, Magda ainda precisa se preocupar com o preconceito e os problemas que surgem a partir dele. Helena é diagnosticada com Síndrome de Down e Pietro, tem dislexia e está sendo investigado em função de uma suspeita de autismo. “Há mais ou menos uns 20 anos atrás, fiz um curso de educação infantil especial. Eu nunca pensei que eu usaria isso na minha vida, com os meus filhos. Acho que tudo é a mão de Deus”, reflete Magda.

E ela precisa muito utilizar os conhecimentos obtidos nessa qualificação, já que as necessidades especiais dos filhos resultaram no fechamento das portas de mais de 30 escolas na face desta mãe. “Teve uma tarde que eu peguei uma lista de escolas públicas e nenhuma tinha vaga”, conta a dona de casa, moradora do Campo da Tuca, que não obteve nenhum apoio das secretarias de Educação estadual ou municipal. Ela relata ainda ter conseguido duas bolsas em uma instituição particular e perdido porque as crianças eram especiais. “Não tinha vaga era para os meus filhos”, constatou a mãe, após ligar para a instituição sem se identificar e receber a informação de que ainda estavam disponíveis as duas bolsas. “Eu sempre, quando busco uma escola, primeiro pergunto as informações todas que me interessam, para depois dizer que é uma vaga de inclusão”, explica Magda, sobre a tentativa de não receber a negativa já no contato inicial.

Com os gêmeos sem escola, Madga passa o dia em casa com o desafio de entreter os pequenos. Ela explica que utiliza vídeos, livros e que arrumou uma peça da casa exclusiva para os brinquedo. “Hoje, por exemplo, passei a tarde pintando livrinhos e tentando escrever o nome com o Pietro. O resultado foi maravilhoso”, exclama a mãe orgulhosa. Mas desabafa: “É muito difícil”.

 

Além de cuidar dos filhos, Magda ainda trabalha com costura, cozinha, estamparia e faxinas, para complementar a renda. O casal recebe auxílio governamental para Helena. Ofertado pelo INSS, o salário mínimo mensal da menina é garantido pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e integra o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que pode sofrer alterações com a reforma da Previdência e é considerado um dos pontos mais polêmicos da medida.

Foi a partir do benefício que o cenário financeiro da família começou a melhorar. “Conseguimos alugar um carro e meu marido está trabalhando com aplicativo”, contou a mãe dos gêmeos. O pai, Paulo Correa, trabalha todos os dias, das 7h até as 22h.

E Magda acaba de ganhar um presente de Dia das Mães: conseguiu vagas para os filhos, que devem começar as aulas já na segunda-feira (13). Apesar das dificuldades para completar o valor das mensalidades, já que a escola é particular, ela conta que está “bem feliz e confiante”. A mãe revela ainda um sonho como mãe, para o seu dia: “Eu queria ver uma comemoração deles da escola. Vou me preparar para o ano que vem!”.

 

 

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https://www.osul.com.br/dia-das-maes-os-desafios-de-uma-mae-de-gemeos-com-necessidades-especiais/ Peleadoras: os desafios de uma mãe de gêmeos com necessidades especiais no RS 2019-05-12
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