Armando Burd DILEMA DO COFRE
Por Redação O Sul | 21 de novembro de 2015
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A leitura diária do noticiário de Política e Economia provoca reações. Desde exclamações a pontos de interrogação, passando por reticências, risadas e perplexidades. Esta é de ruborizar: no relatório bimestral de receitas e despesas orçamentárias, divulgado ontem (dia 20), há previsão de queda de 3,1 por cento no Produto Interno Bruto, em vez dos 2,4 por cento calculados dois meses atrás, determinando forte impacto na arrecadação de impostos. É o pior desempenho desde que o Plano Collor confiscou os depósitos bancários em 1990. Mesmo assim, políticos rejeitam fazer cortes de gastos.
O governo revela que “a recessão de dimensões inesperadas tornou inviável o cumprimento da meta inicial de poupar 55 bilhões e 300 milhões de reais este ano”. Ficará muito longe, porque o déficit se aproximará dos 120 bilhões de reais”.
A situação leva a equipe econômica a um brete: por determinação legal, o Executivo tem de tomar até o final deste mês providências para o cumprimento da meta oficial. Significaria promover corte adicional de 105 bilhões e 400 milhões no Orçamento, considerado inviável. No início do ano, ocorreu redução de 70 bilhões.
No fundo, desdobra-se a luta quase surda. De um lado, estão os que defendem o conceito de que o poder público tudo pode e tudo faz. Mesmo que resulte no endividamento a caminho dos 3 trilhões de reais. Alegam que “o Estado não existe para dar lucro”. Acrescente-se: nem para comprometer com dívidas as futuras gerações. De outro lado ficam os defensores, sem sucesso, da necessidade de limitar as despesas à arrecadação, postura que leva a desgastes junto à parcela considerável da população e a prejuízos na eleição seguinte.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
