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Por Redação O Sul | 20 de abril de 2016
Nem os votos de todos os eleitores dos 367 deputados que aprovaram o impeachment venceria Dilma Rousseff em uma eleição. A presidenta foi escolhida por 54.483.045 de brasileiros. Já os parlamentares que decidiram a abertura do processo tiveram 42.435.106 de votos.
No entanto, especialistas alertam que isso não significa falta de representatividade na decisão da Câmara dos Deputados. “São eleições [para presidente e para deputado] diferentes. Os Estados têm eleitorado distintos. Uma grande votação em Roraima pode ser um dos menos votados em São Paulo. Isso não significa menos representatividade no Congresso”, explica o cientista político César Romero Jacob.
O baixo número de votos no Congresso é reflexo do sistema de votos proporcionais. Ou seja, nem todo deputado mais votado consegue uma vaga. Isso porque um político precisa atingir um determinado número de eleitores e, a partir disso, os votos que sobram vão para um aliado do mesmo partido ou coligação. Um exemplo é Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP). Ele recebeu 106,6 mil votos em 2014, mas não conseguiu uma vaga. Por outro lado, Fausto Pinato (PP-SP) foi eleito com apenas 22 mil votos, já que, na época, foi beneficiado pelo então companheiro de partido Celso Russomanno (PRB), que teve 1,5 milhão de votos.