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Por Redação O Sul | 12 de abril de 2017
Três delatores da Odebrecht afirmaram à Operação Lava-Jato que pagaram R$ 50 mil em propinas para o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) para obter apoio em financiamento da obra do estádio do Corinthians. O parlamentar, que também é diretor de Assuntos Internacionais da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), é alvo de um inquérito aberto com autorização do STF (Supremo Tribunal Federal), após a delação do grupo Odebrecht.
“Consoante relato do Ministério Público, narra um dos colaboradores que, no ano de 2010, a pretexto de auxílio à campanha eleitoral para o cargo de deputado federal, Vicente Cândido da Silva solicitou e recebeu vantagem indevida, consistente em R$ 50 mil”, registra autorização do ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato, no STF, para abertura do inquérito 4.448. “Valor repassado pelo grupo Odebrecht que teria interesse no apoio do parlamentar na busca de solução para o financiamento do Estádio do Corinthians.”
O nome de Cândido e o episódio da obra do Itaquerão foram citados nas delações de Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Carlos Armando Guedes Paschoal e Benedicto Barbosa da Silva Júnior – dois deles, já presos e soltos pela Operação Lava-Jato, em Curitiba. “Afirmou-se ainda que o beneficiário fora identificado no sistema ‘Drousys’ com o apelido de ‘Palmas’, sendo os fatos corroborados pelos demais colaboradores.”
O sistema Drousys era a rede de intranet segura usada pelos funcionários do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – chamado pela Lava-Jato de “departamento da propina” – e pelos altos executivos do grupo. Por ele, eram feitos os pedidos de pagamentos de propinas e caixa 2 e também autorizados e ordenados os repasses. (AE)