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Cinema Diretor do filme “Polícia Federal – A Lei é para Todos” diz que não está perseguindo ninguém, mas adverte que quem roubou “terá de pagar”

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Intocáveis à brasileira. (Foto: Reprodução)

Pelo menos sob um aspecto, Polícia Federal é um óvni na produção brasileira atual. Sendo um filme sobre a má utilização de recursos públicos, Antunez e seu produtor pensaram que não seria ético utilizar-se das leis de patrocínio. Buscaram investidores privados, e eles aderiram, cobrindo, sem renúncia fiscal, os R$ 16 milhões da produção. Mas exigiram uma cláusula. No País polarizado por acusações de golpismo – e o choque entre ‘coxinhas’ e ‘petralhas’ –, os investidores deram dinheiro mas querem permanecer anônimos.

Isso já gerou polêmica – seriam de ‘direita’, como o filme. Antunez nega que tenha feito um filme ideológico, mas fez, e colocando na tela o ponto de vista dos federais. Em cena, a repórter engajada pergunta ao delegado Ivan por que ele está querendo destruir o PT? Ele retruca que investiga o que cai na rede. E Antunez – “Sempre votei no PT e até no PCdoB. Não estou perseguindo ninguém. A história é boa e tem de ser contada. Quem roubou tem de pagar”. Num momento de dúvida, o delegado Ivan (Antônio Calloni) pergunta-se a quem servem as investigações que os federais estão fazendo. “Quero crer que ao Brasil”, diz outro delegado.

Ivan é um personagem fictício, embora tenha traços que o aproximam do delegado Igor de Paula. “Os investigadores são sínteses de figuras reais. Essa foi uma solução de roteiro que, ao mesmo tempo, me deu liberdade criativa. O Igor não participou da condução coercitiva do Lula. Foi outro delegado, mas na ficção o Ivan pode.” As coisas, de qualquer maneira, estão tão imbricadas no imaginário dos atores que, na coletiva de imprensa, Flávia Alessandra chamava de ‘Érika’ sua personagem, e na ficção ela é Beatriz. “A Bia realmente se inspira na delegada Érika Marena, mas tentamos fazer com que ela representasse todas as mulheres que fazem diferença na polícia”, diz Antunez.

Calloni sabe dos riscos que corre – as redes sociais viraram campos de batalha –, mas na coletiva defendeu o filme como proposta para “um debate saudável”. Polícia Federal já nasce com a promessa de ser trilogia. “Um só filme não daria conta de tudo. E a história continua. O segundo vai ser mais sobre a divisão do Brasil, começando com o impeachment da Dilma e terminando com o Congresso que blinda o Temer. O segundo vai agradar mais à esquerda”, avalia o diretor.

Nesse primeiro, a curva dramática evolui para a caçada ao ex-presidente. Começa com referências a ‘ele’ e o nome só aparece aos poucos. Vira uma espécie de confronto entre o juiz Sérgio Moro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É o aspecto mais polêmico do filme. Moro é Marcelo Serrado, mais apático que neutro, parecendo um boneco de cera. “Encontrei o juiz e ele é muito sério, muito reservado. Foi o que tentamos reproduzir”, diz o diretor. E Lula? Antunez é entusiasmado por seu ator. Conta que Ary Fontoura o surpreendeu. Mas Lula, no filme, é ladino, senão velhaco, o que vale por um parti-pris. “Você acha?” Polícia Federal não quer apenas alimentar o debate. Sua vocação é a bilheteria. Afinal, os investidores não puseram dinheiro a fundo perdido, mas na expectativa de retorno, como disse Antunez. (AE)

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