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Esporte Dirigente australiana conta mais segredos da corrupção na Fifa e deixa mal o brasileiro Ricardo Teixeira

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Mersiades integrou campanha da Austrália para receber a Copa de 2022. (Foto: Reprodução)

A meta das campanhas de países para sediar a Copa do Mundo era descobrir o que faria cada um dos membros da Fifa (entidade máxima do futebol) feliz, e não ter o melhor projeto técnico. Quem faz a revelação é Bonita Mersiades, executiva do alto escalão da candidatura fracassada da Austrália para receber a Copa de 2022.

A Fifa vive há três semanas um terremoto diante da prisão de cartolas e das suspeitas do FBI (polícia federal dos EUA) de que governos e países compraram votos de membros do comitê executivo que escolheu as sedes das Copas. Entre os Mundiais sob suspeita estão os de 1998, 2002, 2010, 2018 e 2022.

Agora, uma das líderes de uma das campanhas para receber a Copa relata detalhes de como agiam para conseguir votos na Fifa. “O objetivo era fazer o dirigente feliz e descobrir o que é que lhe agradaria”, contou Bonita. “Isso era mais importante do que ter um projeto perfeito para a Copa do Mundo ou um legado.”

Ela chegou a ser entrevistada pelo investigador da Fifa, Michael Garcia, e garante que repassou a ele informações importantes. Algumas delas poderiam por si só invalidar o processo de escolha das sedes.

Mas acabou sendo traída pela cúpula da Fifa e, apesar do depoimento ter sido secreto, o seu nome foi revelado ao público pela entidade no ano passado. Sua tese é de que teve seu nome revelado como punição por ter entregue as práticas das candidaturas e dos cartolas em Zurique, na Suíça.

Em 2009 os australianos chegaram a gastar 2,5 mil dólares para dar um colar de pérolas para a mulher de um vice-presidente da Fifa, Jack Warner, segundo ela. Outras esposas também receberam presentes parecidos. Em outra ocasião, ela conta como os australianos pagaram 300 mil dólares para que a seleção Sub-20 de Trinidad e Tobago viajasse para um torneio em Chipre. Quem recebeu o dinheiro das passagens e da operação foi justamente a agência de propriedade de Warner.

Caixa de vinhos

Ela ainda contou como o então primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, viajou até o Caribe para se reunir com Warner. Na viagem, o debate seria o presente que ele levaria. A ideia do político era uma garrafa cara de vinho. Mas ele foi desaconselhado e, no lugar de uma só garrafa, o presente foi substituído por uma caixa inteira de garrafas de vinho.

“Existia a candidatura oficial, que era a dos cadernos de encargos e todo o processo burocrático, e depois existia a candidatura extraoficial, que envolvia tudo isso”, contou. Ela diz que nunca conversou sobre a candidatura da Austrália com Ricardo Teixeira. Mas afirmou que sua equipe havia montado um dossiê sobre ele. “Você pode ter certeza que eu sei tudo sobre ele. Onde tem suas fazendas, quais são seus hobbies. Fizemos um mapeamento completo de Teixeira e do que lhe agradava.”

Tudo isso poderia ter sido legítimo, conforme ela. “O problema é que, ao final, o sistema convidava os países a que buscassem agradar o eleitor e não estabelecer um sistema pelo qual o melhor venceria.” Teixeira era acompanhado pelo lobista Fedor Radmann, que se ocupava em agradar e convencer o brasileiro da candidatura australiana. Se a Austrália fosse escolhida, o consultor levaria 3,6 milhões de dólares. Radmann já havia trabalhado na candidatura polêmica da Alemanha para a Copa de 2006, e acabou sendo demitido em 2003 diante de um escândalo de conflito de interesses que foi revelado.

Para Bonita, a realidade das candidaturas revela que mudar Joseph Blatter não será suficiente para romper com uma estrutura de poder na Fifa. “A reforma precisa ser completa, inclusive da forma pela qual países apresentam suas candidaturas.” (Jamil Chade/AE)

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