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Economia Dirigente da Volkswagen diz que, sem tanto imposto, o carro brasileiro poderia ser mais exportado

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Os impostos no Brasil fazem os nossos carros serem menos competitivos no exterior. (Foto: EBC)

Os impostos no Brasil fazem nossos carros serem menos competitivos no exterior. Por isso se diz que o Brasil exporta impostos. Isso deixaria de acontecer se o país fosse mais eficiente. A opinião é do presidente da Volkswagen América Latina, o argentino Pablo Di Si, em entrevista exclusiva para o portal de notícias UOL.

O executivo afirma que, para cada carro brasileiro exportado, há um aumento de preço de US$ 4.000 por causa dos impostos. De Si também diz que os novos hábitos de jovens consumidores (experiência em vez de posse) farão com que a indústria não viva só de vender carros, mas também de outros serviços.

Em 2017, a Volks pagou R$ 300 milhões com impostos sobre a folha de pagamento. O que o senhor acha das reformas trabalhista, fiscal e da Previdência?

Pablo Di Si: O Brasil está num contexto mundial de concorrência por postos de serviços. Quanto mais eficientes somos aqui no Brasil, maior possibilidade de exportação teremos. A capacitação das pessoas no Brasil é altíssima. Aqui, você encontra profissionais de altíssimo nível intelectual e comprometidos e apaixonados. Esse não é o problema.

O problema é toda a ineficiência que temos em várias cadeias. A reforma trabalhista é um dos passos necessários na direção correta porque diminui muito o litígio desnecessário, o custo Brasil de que falamos muitas vezes.

O país, como outros da América latina -e a Argentina é ainda pior que o Brasil- tem um desequilíbrio fiscal. Esse ponto precisa ser trabalhado de forma responsável para reduzir isso e as ineficiências que nós temos, como na área de logística, para podermos ser mais competitivos e podermos exportar mais carros para outros países.

Muitas vezes, quando exportamos veículos ou outros serviços, o custo do produto leva o imposto brasileiro para o exterior. E você concorre com países altamente competitivos, como o México. A diferença não está nas pessoas, mas na baixa complexidade e no baixo custo que eles têm.

Melhorando a competitividade, o brasileiro terá um carro mais barato?

Pablo Di Si: A competência existe no Brasil. Somos pessoas excelentes, temos tecnologia, inovação. Muitas das inovações da Nova Volkswagen são desenvolvidas aqui por engenheiros brasileiros. Temos uma boa base.

Mais de 55% do valor do carro é imposto, na Argentina é 56%. Claro que é possível [diminuir o preço do carro]. Muitos jornalistas me perguntam sobre os subsídios que a indústria recebe, e acho que alguns deles são para compensar, às vezes, a ineficiência tributária que existe no Brasil, na Argentina e em outros países.

É claro que ninguém gosta de subsídios, mas também não gosta de exportar US$ 3.000 ou US$ 4.000 de impostos daqui para o México. É preciso estar equilibrado com uma reforma tributária muito mais simples, muito mais moderna, com cargas justas para as pessoas e para as empresas, mas que incentive a produção. Outro exemplo além dos tributos é a logística.

Em países como o México, quando importam ou exportam carros, o navio demora de dois a três dias no porto, no máximo, porque é tudo muito mais online, mais digital, menos burocrático.

Aqui no Brasil, e principalmente na Argentina, o carro fica parado no porto de duas a quatro semanas. Isso é um capital [que fica imobilizado]. Essa ineficiência impacta na cadeia produtiva onde o carro será vendido.

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https://www.osul.com.br/dirigente-da-volkswagen-diz-que-sem-tanto-imposto-o-carro-brasileiro-poderia-ser-mais-exportado/ Dirigente da Volkswagen diz que, sem tanto imposto, o carro brasileiro poderia ser mais exportado 2019-03-14
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