Mundo Disney fecha praias e revê sinalização sobre jacarés após morte de menino
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2016
A Disney instalou cercas ao redor do lago onde o menino Lane Graves, 2 anos, foi atacado por um jacaré no Grand Floridian Resort e Spa, na Flórida (EUA). Equipes de infraestrutura instalaram proteções e avisos sinalizando o fechamento temporário da praia.
Antes da morte do menino, o resort já havia colocado placas sinalizadoras indicando que era proibido nadar no lago, mas ainda não havia menções a jacarés. Agora o resort planeja acrescentar o aviso sobre os animais.
Disney instala cercas em lago onde garoto foi arrastado por jacaré. (Foto: Reprodução)
“Todas nossas praias estão fechadas e estamos conduzindo uma rápida e exaustiva revisão de nossos processos e protocolos. Isso inclui o número, localização e redação de nossas sinalizações e advertências”, declarou a vice-presidente da empresa, Jacquee Wahler.
A Flórida (EUA) tem uma grande população de jacarés, mas, raramente, os animais atacam humanos. Antes da morte de Lane, haviam sido registradas no Estado somente 22 mortes por ataques do animal desde 1948.
Lane Graves, 2 anos, morreu após ser arrastado para a água por um jacaré. (Foto: Reprodução)
Tragédia.
A família Graves descansava nas margens da lagoa do resort quando um jacaré atacou o filho mais novo do casal Will e Melissa Graves e o arrastou para o fundo da água. O corpo do menino foi encontrado intacto cerca de 18 horas depois da tragédia.
“Foi mesmo uma fatalidade, o hotel fica em uma área bem convidativa, com uma praia bem branca, bem bonita, que tem cadeira para sentar. Não há como pensar que tenha perigo, não há nada que indique isso. A mãe estava de mão dada com a criança, andando literalmente com os pés na beira da água e o jacaré pegou. O pai já viu e começou a dar socos no olho e na boca do jacaré”, contou a zoóloga brasileira Camila Bozza, que participou das buscas de Lane.
Jacarés.
Segundo ela, na Flórida, é muito importante o turista estar informado sobre as características da região, recheada de pântanos preservados. Estes mantêm uma fauna em que os jacarés estão entre os animais mais típicos.
“Jacaré estava acostumado a ser alimentado e perdeu o medo de seres humanos, por isso atacou”, diz especialista. (Foto: Reprodução)
“Quem mora no Estado sabe, não se deve entrar em lagos, rios e canais. Se a pessoa tem cachorro, sempre tem de colocar a coleira, porque a chance é grande de, se for perto da água, o cachorro ser pego por um jacaré.”
Camila afirma que uma solução seria um rígido controle de natalidade do animal na região, comandado por especialistas na fauna local. Mas sabe que, devido à tradição americana de preservação integral das regiões tombadas, isso dificilmente vai acontecer.
“O jacaré aqui é protegido por lei também e isso dificulta muito [um controle de natalidade do animal].”
Como solução, Camila busca constantemente informar, inclusive nas redes sociais, sobre os perigos do hábito que as pessoas têm de alimentar qualquer animal selvagem, nos parques e fora deles. A pessoa pensa que está alimentando uma ave, mas a comida possivelmente servirá para o apetite de outro animal mais feroz.
“Quem vier para a Flórida precisa respeitar a sinalização, se está lá é por algum motivo. Não entrar na água e não alimentar os animais aqui. O jacaré estava acostumado a ser alimentado e perdeu o medo de seres humanos, por isso atacou. Tem gente que joga pão para patos e, sem saber, atrai jacarés. Isso ocorre com muitas pessoas, independentemente da nacionalidade.”
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