Quinta-feira, 28 de março de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Dispara o número de pessoas que usam calmantes nos Estados Unidos

Compartilhe esta notícia:

Ansiolíticos são receitados para tratar de ansiedade a insônia. (Crédito; Reprodução)

Buscar a felicidade e a paz em uma pílula frente às agruras do dia a dia também pode levar uma pessoa bem mais perto da morte. Estudo publicado no American Journal of Public Health identificou uma explosão no número de vítimas de overdose associada ao uso de medicamentos benzodiazepínicos (popularmente conhecidos como calmantes), nos Estados Unidos, entre 1996 e 2013. O número de mortes ultrapassou em muito o crescimento, também significativo, no consumo dessas substâncias no mesmo período.

Sintetizados pela primeira vez no início da década de 1960, os compostos benzodiazepínicos trouxeram uma revolução na forma de lidar com distúrbios psíquicos. Chamados ansiolíticos, e também apelidados de “drogas da paz”, eles são receitados para tratar de ansiedade a insônia, passando por estresse, tristeza, fobias e outros transtornos de humor muito comuns na sociedade moderna. Com isso, os calmantes logo se tornaram os medicamentos psicotrópicos (que agem no sistema nervoso central) mais usados no mundo.

Embora sejam muito mais seguros que as opções anteriores, como os chamados barbitúricos (que tiveram entre suas vítimas mais famosas a atriz Marilyn Monroe, morta em 1962), seu consumo indiscriminado, principalmente quando aliado ao uso de outras drogas lícitas e ilícitas, em especial álcool e analgésicos opioides, pode ser extremamente perigoso.

Segundo pesquisadores, esses medicamentos estão por trás de 31% das quase 23 mil fatalidades relacionadas a remédios controlados no país em 2013, levando a uma taxa de 3,14 mortes a cada 100 mil adultos naquele ano – um aumento de mais de quatro vezes frente a 0,58 morte por 100 mil adultos registrada em 1996. Enquanto isso, nesses mesmos 18 anos, o número de prescrições subiu “apenas” 67%, de 8,1 milhões para 13,5 milhões.

Dependência e tolerância.

Ainda de acordo com os pesquisadores americanos, outra explicação para a maior mortalidade associada aos benzodiazepínicos pode estar ligada à quantidade ingerida. Assim como muitas outras drogas psicoativas, legais ou não, esses compostos causam dependência e tolerância, ou seja, é preciso tomar mais para obter o mesmo efeito. Dessa forma, a quantidade total de benzodiazepínicos consumida nos EUA mais que triplicou no período da pesquisa, saltando de 1,1 quilo por 100 mil adultos em 1996 para 3,6 quilos em 2013, em cálculo que traduziu as dezenas de princípios ativos dessa classe de medicamentos na equivalência a apenas um deles: o lorazepam (vendido no Brasil com a marca Lorax).

No Brasil, não há estatísticas sobre as mortes relacionadas ao uso de medicamentos controlados, mas os números do consumo de benzodiazepínicos indicam que o problema aqui pode ser igual ou mesmo maior que nos EUA. E não é por menos. Distribuído no País sob a marca Rivotril, um desses compostos, o clonazepam, foi o sétimo remédio mais vendido em 2012, de acordo com a IMS Health, consultoria especializada em dados da área de saúde.

“Os benzodiazepínicos fazem parte do grupo dos famosos ‘remédios tarja preta’, que têm venda controlada e precisam ser prescritos com um receituário especial”, diz a psiquiatra especialista em dependência química Analice Gigliotti. “Mas às vezes eles são receitados de maneira indiscriminada, e os médicos que mais os prescrevem são os clínicos gerais.”

Perigo para depressivos.

Outro perigo pouco abordado na prescrição deste tipo de composto é o seu efeito em pacientes predispostos à depressão. Apesar de os benzodiazepínicos serem tão seguros que dificilmente o consumo de uma caixa inteira (de uma só vez) de medicamento dessa classe levaria à morte se tomado sozinho, sua combinação com outras substâncias depressoras do sistema nervoso central, como o álcool, é, sim, potencialmente fatal. (AG)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Susepe faz revista em penitenciária e encontra um videogame
A confiança da construção brasileira recuou 1,2 ponto em fevereiro
https://www.osul.com.br/dispara-o-numero-de-pessoas-que-usam-calmantes-nos-estados-unidos/ Dispara o número de pessoas que usam calmantes nos Estados Unidos 2016-03-16
Deixe seu comentário
Pode te interessar