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Brasil Distância da política traz autoritarismo, diz Obama em São Paulo

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A afirmação foi feita em palestra na capital paulista. (Foto: Yenny Muñoa / CubaMINREX/Fotos Públicas)

A distância entre os cidadãos e o poder político é o combustível que alimenta o crescimento de movimentos nacionalistas e autoritários no EUA, e também é uma ameaça no Brasil. A afirmação foi feita pelo ex-presidente americano Barack Obama, que identificou como seu maior arrependimento no poder não ter sido capaz de aproximar pessoas em polos opostos do espectro político. “Democracia é duro”, disse ele.

“Fomos bem-sucedidos em evitar uma grande depressão (depois da crise iniciada em 2008, quando foi eleito), mas não foi tão rápido assim, e as pessoas foram para cada uma para seu canto.” Obama falou em um evento realizado em São Paulo nesta quinta (5) pelo banco Santander e pelo jornal “Valor Econômico” por cerca de 20 minutos, e respondeu a questões elaboradas pela organização por mais 40 minutos.

Segundo Obama, a população americana se vê alijada da “Washington distante”. “Não é surpresa que movimentos nacionalistas, potencialmente autoritários, tenham feito progresso e ameaçado nossas tradições”, disse. O Brasil, completou, “também corre esse risco”, apesar de sua história própria.

O ex-presidente não citou nominalmente o sucessor, Donald Trump, mas criticou vários aspectos de suas políticas. Disse ser impossível argumentar com quem rejeita a ciência do aquecimento global, como o republicano. Em sua exposição, falou sobre os riscos inerentes à internet. “Ela tribalizou a política. É o melhor é o pior dos tempos.”

Obama fez firme defesa do jornalismo independente, mas evitou criticar diretamente a concentração da publicidade digital do duopólio Google-Facebook que ameaça seu modelo de negócio. “As plataformas são neutras na essência. Concentração de mídia não é algo novo, o importante é ver como a informação é disseminada”, afirmou.

Ao defender o pluralismo informativo, brincou: “O mundo na Fox News [rede de TV de posições conservadoras e próxima da gestão republicana de Trump] não tem conexão com o que você lê no ‘The New York Times'” [jornal liberal, mais alinhado ao Partido Democrata de Obama]. Se eu assistisse à Fox, não votaria em mim também! Mas eu leio o ‘NYT'”.

Obama fez uma defesa do capitalismo liberal, ressaltando a necessidade de atender àqueles que ficam para trás na globalização. Citou assistência social e o programa de universalização da saúde conhecido como Obamacare, que Trump quer desmontar.

“Ele é meu maior orgulho como presidente”, disse, adicionando à lista outra realização que Trump ameaça : o acordo nuclear com o Irã. Para ele, é um exemplo de como a diplomacia pode suplantar o poderio bélico. “Infelizmente, quando cheguei à Casa Branca a Coreia do Norte já estava além, com um programa de armas nucleares, disse.

O ex-presidente cercou sua visita de segredos. O cachê, estimado num evento recente nos EUA em US$ 400 mil, não pôde ser violado sob risco de não-comparecimento — o que ocorreu na Europa este ano. A plateia pagou até R$ 7.500 por um ingresso. Havia na plateia empresários e celebridades, mas nenhum político de peso.

Nesta quinta, Obama recebe 11 jovens escolhidos pela fundação que leva seu nome para discutir temas como sustentabilidade, empreendedorismo e mudança climática. Uma das pessoas contou que teve de assinar um termo de confidencialidade sobre o encontro.

Obama chegou a São Paulo na quarta (4), e está hospedado no hotel Hilton. Ele veio com 12 pessoas de sua fundação, e seguirá nesta sexta para a Argentina. Obama diz que irá se dedicar a “treinar jovens a serem lideranças” nos “20 ou 30 anos” que antevê de vida.

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https://www.osul.com.br/distancia-da-politica-traz-autoritarismo-diz-obama-em-sao-paulo/ Distância da política traz autoritarismo, diz Obama em São Paulo 2017-10-05
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