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Celebridades Documentário revela a intimidade, os erros e os acertos do diretor de cinema Steven Spielberg

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Diretor mudou para sempre a indústria do cinema americano. (Foto:Freepik)

“Spielberg” é resultado da decisão de Susan Lacy (produtora de “No direction home: Bob Dylan” e “Woody Allen: um documentário”) de seguir os passos do diretor de 70 anos que mudou para sempre a indústria do cinema americano, jamais foi queridinho dos críticos e cuja vida pessoal e no mundo dos negócios de Hollywood, sozinhas, já dariam uma serie. Este foi, aliás, o modelo proposto inicialmente à HBO, pela diretora que comandou, entre 1993 e 2012, para o mesmo canal, a popular serie “American másters”. Material, ela tinha de sobra. Além de imagens inéditas dos primeiros filmes caseiros do responsável por “E.T., o extraterrestre” e farto arquivo dos bastidores de suas filmagens desde os anos 1970, boa parte jamais mostrado ao público, Lacy teve livre acesso aos interlocutores criativos mais constantes do diretor (John Williams, Martin Scorsese, George Lucas, Francis Ford Coppola, Brian de Palma, Leonardo DiCaprio, Tom Hanks, Tom Cruise) e à família Spielberg. O filme revela detalhes sobre a infância do diretor e decifra o impacto do divórcio de seus pais na filmografia spielberguiana, em um resultado final que mais parece, vá lá, uma série “apertada” em um documentário de duas horas e quarenta minutos.

“Pensei no filme como um ensaio, mais do que uma celebração ou tributo. Fiz questão de rever todos os 28 longas que ele havia terminado até começar as minhas filmagens (ficaram de fora “Ponte de espiões”, de 2015, e “O bom gigante amigo”, do ano passado, que aparecem apenas em cenas do set)”, diz a diretora, que conclui: “Levei em conta que ele jamais havia feito algo como um “comentário do diretor” sobre seu trabalho. “Spielberg” só faria sentido se fosse uma investigação sobre alguém muitas vezes subestimado pelos pensadores do cinema, não percebido como o criador singular e intimista que de fato ele é, comprovado tanto por seus erros quanto acertos, estéticos e comerciais.”

O filme começa e termina com cenas de “Lawrence da Arábia” (1962) e a revelação do retratado de sonhar desde cedo em fazer um cinema que resgatasse as emoções por ele sentidas ao ver os filmes de sir David Lean (1909-1991). Lacy segue de perto a trajetória do homem responsável tanto por “Tubarão” (1975), o filme mais lucrativo da história do cinema em seu lançamento, quanto “O mundo perdido – Jurassic Park” (1997), que abriu as portas para a revolução tecnológica do cinemão contemporâneo. E busca mostrar que ninguém alterou tanto os rumos de Hollywood quanto Spielberg. Especialmente ao domar, como o amigo George Lucas (“Star wars”), o experimentalismo de seus parceiros de geração, apelidados de “Jovens Turcos” por virarem do avesso o mainstream, para o entretenimento com viés assumidamente adolescente e de potencial comercial muito maior.

Ao mesmo tempo, ao se calcar em experiências pessoais para encontrar suas narrativas mais intimistas, como o pai ausente e a aparente decisão da mãe de divorciar-se do marido para viver com um vizinho, o Spielberg do documentário revela, em primeira pessoa, ter percebido desde cedo o cinema como salvação para o isolamento da vida no subúrbio americano.

“Ele jamais almejou virar um John Cassavetes (1929-1989) e sim um David Lean, e isso diz muito sobre Spielberg. Ele começou a filmar ainda criança, com Super 8, e foi importante incluir no documentário alguns de seus projetos mais amadores. Lá já encontramos as sementes de clássicos como o próprio “E.T.”, diz a diretora, que segue: “Entre os registros mais caros para mim estão seu estágio pra lá de informal na Universal Pictures, quando observou de perto Alfred Hitchcock (1926-1980), e os bastidores jamais vistos de uma reunião dos “Jovens Turcos”, bem informal, antes da explosão, da fama, do dinheiro”, diz a diretora.

Lacy amealhou depoimentos emocionados dos pais de Spielberg, das irmãs e do próprio diretor, muitas vezes propositadamente incômodos. A diretora não se avexou em tratar de temas profissionais igualmente desconcertantes para o objeto de seu ensaio, como a incapacidade confessa do diretor em fazer comedia, as críticas à narrativa não suficientemente realista de “A cor púrpura” (1985), a controversa tendência em poetizar temas duros, como guerras (seu pai é veterano da Coreia) e, mais recentemente, a obsessão com a própria experiência americana. A crítica apontou justamente aí – na ausência de uma reflexão sobre produções e iniciativas mais recentes, como “Lincoln” (2012), “Ponte dos espiões” (2015) e a tentativa de reinventar o sistema dos grandes estúdios de Hollywood, com a criação da semi-indie Dreamworks — o pecadilho central do documentário que queria ser série.

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https://www.osul.com.br/documentario-revela-intimidade-os-erros-e-os-acertos-do-dirertor-de-cinema-steven-spielberg/ Documentário revela a intimidade, os erros e os acertos do diretor de cinema Steven Spielberg 2017-10-15
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