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Brasil Documentos ignorados pelo Ministério Público reforçam denúncias de Valério

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Marcos Valério foi condenado a 37 anos de prisão na Ação Penal 470, conhecida como mensalão. (Foto: AG)

Documentos da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios deixados de lado durante as investigações do mensalão, em 2005, reforçam novas acusações do operador Marcos Valério sobre desvios no Banco do Brasil em benefício da sua agência de publicidade, a DNA Propaganda. Valério assinou acordo de colaboração com a Polícia Federal (PF), que ainda precisa ser homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Relatórios do Banco do Brasil mostram que a DNA recebeu R$ 17,3 milhões da Visanet em 2001 por serviços de publicidade, dos quais R$ 2 milhões foram sacados em dinheiro por pessoas físicas e funcionários da própria agência, de acordo com perícia realizada nas contas. Na época, a CPMI sugeriu que o Ministério Público investigasse “a utilização dos recursos” sacados entre 9 e 11 de novembro de 2001, durante o governo FH, o que nunca ocorreu.

Na delação fechada neste ano com a PF, Valério sustenta que o contrato do banco estatal com a DNA já era objeto de desvios para políticos quando ele entrou como sócio da agência, em 1997. Segundo ele, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebia mensalmente 2% do faturamento bruto do contrato. Os valores seriam pagos por meio de Paulo Vasconcelos, marqueteiro de Aécio e citado como representante do tucano na empresa. Ambos negam a acusação.

O relatório da CPMI dos Correios mostra que um dos sacadores dos recursos depositados para a DNA foi o motoboy Daniel Bonifácio do Carmo. Segundo a lista, ele recebeu cheques que totalizaram R$ 700 mil. Localizado neste ano pelo GLOBO, ele admitiu ter recebido os valores a pedido de seu empregador — uma empresa de factoring especializada em trocar cheques pré-datados por dinheiro em espécie.

Valério foi condenado a 37 anos de prisão na Ação Penal 470, mais conhecida como mensalão, cuja apuração ficou restrita aos desvios do contrato da DNA com o Banco do Brasil entre 2003 e 2005. A agência tinha contrato com o Banco do Brasil desde 1994.

No acordo assinado com a PF, Valério sustenta que suas empresas operaram um caixa de propina maior que o descoberto nos processos do mensalão mineiro e federal.

O advogado de Aécio, Alberto Toron, classificou como “falsas e absurdas as acusações feitas pelo criminoso confesso Marcos Valério”, destacando que suas alegações foram objeto de apreciação do Ministério Público de Minas e descartadas “pela completa falta de comprovação”. Toron destaca que o contrato do Banco do Brasil com a DNA foi celebrado um ano antes do início do governo FH e diz que “a alegação de suposto percentual sobre contratos”, uma referência aos 2% citados, é a mesma feita por Valério contra integrantes do PT, em tentativa de colaboração que também foi descartada. “A inverdade e a falta de credibilidade são gritantes”, escreveu o advogado.

Paulo Vasconcelos negou ter recebido valores da DNA a pedido de Aécio e ter assessorado o tucano no período citado por Valério. “O primeiro trabalho que fiz para ele (Aécio) foi em 2002, como profissional de marketing contratado”, disse.

O Banco do Brasil informou desconhecer as declarações de Valério e disse adotar “medidas prudenciais nos relacionamentos com diversos públicos”, além de adotar “práticas de governança”, de “transparência e prestação de contas”. A reportagem perguntou qual foi o resultado da investigação interna sobre os pagamentos de 2001, mas o banco não respondeu. (AG)

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https://www.osul.com.br/documentos-ignorados-pelo-ministerio-publico-reforcam-denuncias-de-valerio/ Documentos ignorados pelo Ministério Público reforçam denúncias de Valério 2017-07-23
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