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Mundo Dois grandes acionistas da Apple querem que a empresa adote medidas contra o vício dos jovens em iPhones

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Iniciativa inclui o pedido de um software capaz de limitar o uso de smartphones pelas crianças e adolescentes. (Foto: Reprodução)

A empresa Jana Partners e o CalSTRS (Sistema de Aposentadoria dos Professores do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos), estão pedindo que a fabricante de smarthphones tome medidas para lidar com o que eles classificam de o crescente vício de jovens em iPhones da Apple.

Jana, um dos principais acionistas da empresa norte-americana, e o CalSTRS, um dos maiores planos de previdência pública dos Estados Unidos, enviaram uma carta para a Apple, pedindo à empresa que considere o desenvolvimento de um software que permita aos pais limitar o uso do telefone pelas crianças e adolescentes.

Jana e CalSTRS, que juntos têm cerca de US$ 2 bilhões em ações da Apple, também pediram à empresa para estudar o impacto do uso excessivo de celulares na saúde mental dos indivíduos, de acordo com o jornal norte-americano.

A questão do vício em telefone entre os jovens é uma preocupação crescente nos Estados Unidos, com pais relatando que seus filhos não conseguem se afastar dos celulares. CalSTRS e Jana se preocupam que a reputação e as ações da Apple possa ser prejudicada se a empresa não encontrar um meio para lidar com essas questões.

A questão do vício em celular ganhou visibilidade quando a cantora e atriz Disney Selena Gomez, 24 anos, cancelou uma turnê mundial em 2016 para fazer terapia para tratar de depressão e baixa autoestima. Ela relacionou tais sentimentos ao seu vício em redes sociais e ao aplicativo de compartilhamento de fotos Instagram.

Brasil

O País tem cerca de 120 milhões de usuários de internet, o quarto maior volume do mundo, atrás de Estados Unidos, Índia e China, mostra relatório da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento).

Em 2016, o País foi considerado o segundo que mais usa o WhatsApp, em um levantamento do MEF (Mobile Ecosystem Forum). O primeiro lugar ficou com a África do Sul.

A dependência tecnológica, que inclui o “uso abusivo” da internet, redes sociais, jogos e celulares, ainda não é dimensionada oficialmente no Brasil, mas é considerada um problema sério pelos especialistas.

“Diferentes segmentos observam que isso tem criado problemas recorrentes. Há aumento de queixas de pacientes nos hospitais universitários, clínicas de psicologia e escolas”, diz o coordenador do Grupo de Dependência Tecnológica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), Cristiano Abreu.

Uma pesquisa realizada pela consultoria Deloitte com 2 mil entrevistados e divulgada em outubro do ano passado – mostra, por exemplo, que dois em cada três pais dizem acreditar que seus filhos usam demasiadamente o smartphone. Mais da metade dos que estão em um relacionamento veem excessos por parte dos parceiros e 33% admitem ficar on-line de madrugada para ver mídias sociais.

“Temos, comparativamente a outros países, uma quantidade de tempo de uso da tecnologia bastante expressiva e aumentando”, alerta Nabuco, também autor do livro “O Vício em Internet Entre Crianças e Adolescentes. A preocupação, entretanto, vai além do tempo gasto. Também se concentra na relação do usuário com esse tipo de ferramenta, diz Eduardo Guedes, pesquisador do Instituto Delete – primeiro núcleo brasileiro especializado em “desintoxicação digital” na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Essa relação, segundo ele, pode ser dividida em uso consciente, quando o virtual não atrapalha a vida real; uso abusivo, quando atividades online são priorizadas em detrimento das offline; e uso abusivo dependente, quando o virtual atrapalha o real e há perda de controle. O Instituto pesquisa o impacto das tecnologias desde 2008 e já ofereceu atendimento gratuito a cerca de 500 pessoas, nem todas com dependência diagnosticada.

Frases como “desliga o computador e vai dormir”, “sai do Face e vai trabalhar”, “fecha o WhatsApp e come o jantar” e “larga o celular para não bater o carro” são usadas para chamar a atenção no site que divulga os serviços. A sensação de prazer despertada nos usuários é uma das possíveis explicações para a dependência. “Falar de si gera prazer equivalente a se alimentar, ganhar dinheiro ou fazer sexo. E em 90% do tempo as pessoas estão falando de si nas redes sociais, com feedback instantâneo”, detalha Guedes.

Os dados são de uma pesquisa da Universidade de Harvard segundo a qual esse comportamento gera um mecanismo de recompensa no cérebro, graças à liberação de dopamina, além de endorfina, ocitocina e serotonina, hormônios ligados ao prazer. “Mas esse prazer é temporário”, observa Guedes. “E vira problema quando passa a ser a fonte exclusiva de prazer, quando a pessoa passa a viver para postar a foto e deixa de aproveitar o momento.”

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https://www.osul.com.br/dois-grandes-acionistas-da-apple-querem-que-empresa-adote-medidas-contra-o-vicio-dos-jovens-em-iphones/ Dois grandes acionistas da Apple querem que a empresa adote medidas contra o vício dos jovens em iPhones 2018-01-08
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