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Tecnologia Dominar a linguagem dos computadores definirá o sucesso da nova geração

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Para esta geração de crianças, o pensamento computacional será a principal habilidade que irá distinguir as pessoas que realmente terão sucesso. (Foto: Reprodução)

Currículo digno de personagem da série “The Big Bang Theory”, conta bancária de empresário do Vale do Silício. Stephen Wolfram, 58 anos, é considerado um dos maiores especialistas do mundo em inteligência artificial.

Ele não tem medo de se arriscar em futurologia. Exemplos extremos podem ser pensados na política, segundo ele.

“Imagine um mundo onde as pessoas podem expressar suas preferências em código. Dá para alimentar um grande sistema de inteligência artificial que decide o que deve ser feito. É claro que isso nos levará a problemas clássicos da filosofia”, diz.

Wolfram publicou seu primeiro artigo científico aos 15 anos. Aos 20, já era doutor pelo Caltech, o Instituto de Tecnologia da Califórnia. Um ano depois foi o mais jovem ganhador da MacArthur Fellowship, apelidada de “bolsa dos gênios”.

No fim dos anos 1980, fundou a Wolfram Research, que ainda comanda. A empresa desenvolve soluções computacionais avançadas. Entre elas, destaca-se o Mathematica, desenvolvido por ele.

Quando se pede para que explique como o software funciona, ele sorri, abre o notebook e digita o comando para que a câmera tire uma foto de seu rosto. Em seguida, escreve pedindo que o computador identifique se há uma pessoa notável na imagem (“Isso pode ser um pouco embaraçoso”, diz).

Rapidamente, seu nome aparece na tela, e ele suspira aliviado. O programa funcionou.

No Rio de Janeiro para o Congresso Internacional de Matemática, Wolfram falou sobre suas visões para o futuro da inteligência artificial.

Como o senhor imagina que o mundo será quando boa parte da população puder programar?

No futuro, quando todos souberem escrever um código, o cardápio provavelmente será um punhado de códigos que basicamente dizem como sua comida será preparada por um robô cozinheiro.

Um exemplo interessante, que provavelmente não será aplicado exatamente dessa forma, é a política.
Agora temos algo como cinco candidatos, dos quais você precisa escolher um. Imagine um mundo, e isso é um exercício de imaginação, onde todos possam expressar suas preferências como grandes apanhados de código.

As pessoas poderão escrever um ensaio computacional que descreva suas preferências sobre como as coisas devam funcionar. Imagine então que você use isso para alimentar um grande sistema de inteligência artificial, e ele resolverá o que fazer.

É claro que isso nos leva a problemas da filosofia clássica. Conhecendo todas essas preferências, há a possibilidade de se optar por contentar a maior parte das pessoas, ou pelo contentamento médio de todos.

Este será um problema que precisará ser resolvido fora do sistema.

O senhor acha que as crianças devem aprender a programar desde cedo?

Algumas pessoas dizem que as crianças ficarão confusas de aprender linguagem computacional tão cedo, mas isso não acontece.

Elas estão acostumadas a aprender regras sobre como as coisas funcionam que lhes parecem arbitrárias.
Para esta geração de crianças, o pensamento computacional será a principal habilidade que irá distinguir as pessoas que realmente terão sucesso.

E o mais assustador é que na maior parte do mundo as escolas ainda não começaram a ensinar isso.

A inteligência artificial pode ajudar a resolver os entraves da educação mesmo em países pobres?

O santo graal da inteligência artificial é construir uma máquina de ensinar. Isso ainda não teve sucesso.

A educação está industrializada, com várias crianças em sala recebendo a mesma lição. A inteligência artificial pode ajudar a personalizar o ensino.

Tem havido muitos experimentos. O desafio é reproduzir nas máquinas o modelo de aprendizado humano.
Podemos fazer um sistema que preveja, a partir das suas respostas anteriores, como você vai responder a próxima questão. Se a máquina conseguir identificar em qual parte você está confuso, será valioso.

É claro que o contato entre humanos é importante, bem como ter professor motivado.

Estamos perto do que mostram os filmes de ficção científica? 

Algumas coisas são previsíveis, como a inteligência artificial prevista nos filmes. O que é difícil de imaginar são as consequências sociais.

Por exemplo, é óbvio que poderíamos ter as redes sociais, mas a importância que alcançaram não era previsível. Pelo menos não para mim.

A realidade aumentada também certamente irá acontecer. Em uma conversa como a nossa, no futuro, eu terei um dispositivo que estará ouvindo o que eu digo, olhando o que acontece, e me dará várias sugestões: faça isso, faça aquilo.

A inteligência artificial poderá dominar o mundo? 

Eu digo com certeza é que a inteligência artificial irá sugerir o que os humanos devem fazer, e na maior parte do tempo seguiremos esses conselhos. As pessoas que dirigem com GPS, por exemplo, normalmente vão para onde o aparelho manda.

Outra coisa que aparece muito nos filmes é a criogenia [técnica de manter um corpo congelado para ressuscitá-lo], e certamente isso será realidade. Falta apenas um pequeno detalhe para alcançar, assim como a clonagem e a edição genética dependiam de apenas um detalhe.

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