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Mundo Donald Trump afasta empresários da Casa Branca

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Episódio de Charlottesville mostrou que a divergência entre Trump e o setor empresarial também se dá no campo da ética (Foto: AP)

Nunca, na história recente dos Estados Unidos, a chegada à Casa Branca de um republicano foi tão problemática para o setor empresarial americano como a de Donald Trump. Inicialmente, seu projeto econômico — marcado pelo tripé corte de impostos, desregulamentação financeira e megainvestimento em infraestrutura —, animou a chamada América Corporativa. Até porque, diferentemente do antecessor, Barack Obama, o novo presidente poderia contar com o apoio de um Congresso majoritariamente republicano.

Logo, no entanto, empresários americanos foram esbarrando em impasses decorrentes de uma personalidade histriônica, errática e provincianamente limitada a visões ideológicas retrógradas e mesmo hostis ao ethos corporativo, que se forjou em décadas de globalização e integração. Os primeiros sinais de divergência entre o presidente e o setor produtivo vieram a público após o anúncio de medidas supostamente de segurança nacional e de defesa de postos de trabalho no país. Elas foram anunciadas por Trump sob o argumento de combater um mal externo que ameaça o modo de vida americano e sua liderança econômica.

O fechamento de fronteiras a imigrantes, muitos deles integrados à cadeia produtiva de setores econômicos vitais, e o abandono dos fóruns multilaterais de comércio, em nome de um nacional-populismo e sustentado por falácias e sofismas destinados à base eleitoral do presidente, colocaram o país no caminho de um isolamento que só favorece potências rivais, como a China.

Além da construção do muro com o México e veto à entrada de muçulmanos no país, Trump anunciou a saída dos EUA da Parceria Transpacífico — pacto de livre comércio que o país participava com outras 11 nações — e a revisão do histórico acordo do Nafta, com Canadá e México. Além disso, anulou o Acordo de Paris, um compromisso internacional para conter o aquecimento global. Medidas contrárias a um ambiente saudável de negócios e ao estímulo de setores estratégicos, como o de meio ambiente e o tecnológico.

Mas a gota d’água foi o recente impasse em torno da não condenação por Trump da violência racial de grupos supremacistas no episódio de Charlottesville. Ali, Trump avançou o sinal vermelho no campo ético e atropelou valores democráticos que constituem a identidade americana. A debandada de altos executivos dos conselhos e fóruns consultivos criados pelo presidente para orientar sua política econômica, em protesto à indulgência de Trump com os supremacistas, foi um sinal claro de que as divergências com a América Corporativa extrapolam o campo econômico.

Titãs de setores industriais, financeiros e de tecnologia não reconhecem o titular da Casa Branca como um dos seus. Compreensível, considerando-se que as companhias americanas se ajustaram a uma nova ordem, em que misoginia, truculência, machismo e racismo não têm lugar. Algo que Trump, de olho em sua base, reluta em aceitar, isolando-se cada vez mais. (O Globo)

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https://www.osul.com.br/donald-trump-afasta-empresarios-da-casa-branca/ Donald Trump afasta empresários da Casa Branca 2017-08-27
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