Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de maio de 2017
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta sexta-feira (12) o ex-diretor do FBI (a polícia federal dos EUA) James Comey, intimado publicamente ao silêncio sobre as circunstâncias pouco claras de sua demissão na terça-feira (9). Desde a demissão abrupta, o presidente republicano nada fez para acalmar os ânimos ou tranquilizar os críticos que, sem falar em crise constitucional, temem uma tentativa de intimidação ou de desestabilização da polícia federal norte-americana, e mais amplamente da Justiça, da qual o FBI é dependente.
“James Comey melhor que não haja ‘fitas’ de nossas conversas antes que comece a vazar para a imprensa!”, escreveu Trump em uma série de tuítes matinais nos quais atacou seus críticos e a imprensa pelas reações à demissão de Comey.
Pouco depois, o Senado informou que Comey recusou um convite do Senado para uma audiência a portas fechadas na próxima terça-feira.
O tuíte de Trump parece uma ameaça e recorda o sistema implementado pelo presidente Richard Nixon (1961-1974), que gravava suas conversas telefônicas e na Casa Branca com seus interlocutores, um hábito que se voltou contra ele no escândalo Watergate.
Mas o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, declarou que a mensagem de Trump “não é uma ameaça”, mas visa evitar “o compartilhamento de informação não autorizada”.
Sobre eventuais gravações no Salão Oval, o porta-voz se limitou a dizer que “o presidente não tem outros comentários a fazer”. A este respeito, o presidente deve entregar ao Congresso qualquer gravação ou reconhecer, mais uma vez, que fez deliberadamente uma declaração falsa, ou neste caso ameaçadora”, reagiu indignado o deputado democrata Adam Schiff.
Na imprensa norte-americana, muitas fontes anônimas dentro da Casa Branca e da administração descreveram um ambiente confuso e de tensão nos últimos dias, com a versão oficial do afastamento ganhando ares cada vez mais pessoais. (AFP)