Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2017
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nessa sexta-feira que cancelará o acordo entre os Estados Unidos e Cuba assinado por Barack Obama em 2014. “Eu estou cancelando o acordo completamente unilateral da última administração [Obama] assinado com Cuba”, afirmou Trump em um comício realizado em Little Havana, na cidade de Miami, tradicional polo de exilados cubanos nos Estados Unidos.
Trump anunciou que reforçará o embargo contra a ilha e que seu governo adotará novas restrições a viagens de americanos para Cuba e a proibição para empresas norte-americanas de fazer negócios com empresas cubanas controladas pelas Forças Armadas do país latino-americano. O presidente denunciou o que chamou de “natureza brutal” do regime de Raúl Castro em Cuba. “Em breve alcançaremos uma Cuba livre”, afirmou o presidente.
Em seu discurso, realizado no Manuel Artime Theater, que leva o nome de uma das brigadas da fracassada invasão da Baía dos Porcos, em 1961, Trump explicou como pretende rever a política de normalização relações com a ilha iniciada por seu antecessor.
Acompanhado pelo vice-presidente Mike Pence, por vários membros de seu gabinete, pelo governador da Flórida, Rick Scott, por congressistas de origem cubana como Marco Rubio, Mario Diaz Balart e Carlos Curbelo e representantes de da comunidade de exilados cubanos, Trump disse que os dissidentes José Daniel Ferrer e Berta Soler, que não foram autorizados a viajar para Miami, “estão aqui com a gente.”
Justificativa
“Negociaremos um acordo melhor com Cuba”, anunciou Trump, salientando, entretanto, que isso será possível somente no caso ocorram avanços democráticos “concretos”, e a realização de “eleições livres” e a “libertação de prisioneiros políticos”. “Quando os cubanos realizarão medidas concretas, estaremos prontos, dispostos e capazes de voltar à mesa de negociação do acordo, que será muito melhor “, disse Trump.
“É importante que haja liberdade em Cuba e na Venezuela”, declarou o detentor do cargo mais poderoso do planeta, salientando que a ilha caribenha “sofre há décadas por causa do regime castrista, algo que, segundo ele, não pode se repetir com o governo chavista de Caracas.
Trump agradeceu a comunidade de exilados cubanos por ser o que ele chamou de “a voz dos sem voz” e disse que eles fazem a diferença na luta para parar a perseguição do regime contra os dissidentes e para acabar com a “ideologia depravada” que existe em Cuba. Nesse sentido, o republicano disse saber o que está acontecendo na ilha e lembrar do que aconteceu, o que o leva a mudar a sua política em relação à ilha.