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Por Redação O Sul | 3 de dezembro de 2018
A China aceitou “reduzir e eliminar” as tarifas dos automóveis importados dos Estados Unidos, anunciou o presidente norte-americano Donald Trump, depois de estabelecer com o presidente chinês Xi Jinping uma trégua na guerra comercial entre as duas principais economias do mundo.
“A China concordou em reduzir e eliminar as taxas dos automóveis que entram na China a partir dos EUA. Atualmente, a tarifa é de 40%”, escreveu Trump no Twitter, que se reuniu no sábado com Xi Jinping após o encontro de cúpula do G20 em Buenos Aires.
As Bolsas da Ásia registraram alta nesta segunda-feira (03) após a notícia de que Washington e Pequim concordaram com uma trégua de três meses para não impor novas tarifas, enquanto negociam um acordo mais detalhado. Com o acordo entre os países, os índices acionários chineses registraram seu maior ganho diário em um mês.
Como foi o acordo?
No sábado (01), Trump e Xi estabeleceram uma pausa na guerra de tarifas que afetou os mercados ao redor do planeta durante meses. O presidente americano chamou de “incrível” o pacto com o qual Washington espera reduzir o gigantesco déficit comercial com Pequim e ajudar a proteger a propriedade intelectual dos Estados Unidos.
Trump se comprometeu a não cumprir a ameaça de elevar de 10% para 25% as tarifas das importações de produtos chineses no valor de 200 bilhões de dólares a partir de 1 de janeiro. Em troca, a China deve comprar uma quantidade “muito importante” de produtos agrícolas, de energia, industriais e outros bens dos Estados Unidos. Trump não publicou nenhum tuíte posterior no domingo para explicar quais tarifas de automóveis serão eliminadas e quais serão reduzidas.
A China reduziu em julho as tarifas de importação de automóveis de 25% a 15%. Mas com o aumento da tensão comercial, Pequim impôs aos veículos americanos uma taxa adicional de 25%, o que elevou a carga de impostos a 40%.
China aumenta compras do Brasil
Os números oficiais mostram que, em um momento inicial, as vendas brasileiras para China foram impulsionadas pelo novo contexto tarifário, somando US$ 53 bilhões de janeiro a outubro, uma alta de 29% ante o mesmo período de 2017. O crescimento ficou bem acima da expansão total das exportações brasileiras no mesmo período (8,5%) e do aumento das vendas para os Estados Unidos (7%).
Com isso, quase 27% das vendas brasileiras neste ano foram para a China, nosso maior comprador. Já os EUA, segundo maior destino dos produtos brasileiros, ficaram com 12% das nossas exportações. As compras chinesas dispararam justamente no segundo semestre, quando foram elevadas as barreiras comerciais entre os dois países. De julho a outubro, as exportações brasileiras para o parceiro asiático subiram 62%.
A adoção de uma taxa de 25% sobre a soja americana pelos chineses abriu espaço para o Brasil, que caminha para fechar o ano com recorde de exportação do produto. Até outubro, as vendas estavam em US$ 24 bilhões, alta de mais de 27% ante 2017.
Já a venda de óleo bruto disparou e soma US$ 11,5 bilhões – 85% acima do acumulado de janeiro a outubro de 2017. Ao invés de sobretaxar o produto, a China simplesmente cortou totalmente a compra de barris de petróleo americanos em agosto e setembro. Segundo a imprensa especializada, o país havia importado dos EUA 28 milhões de barris nos dois meses anteriores.