Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 10 de julho de 2017
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu sua filha, a assessora da Casa Branca Ivanka Trump, nesta segunda-feira (10), depois que ela chamou atenção no final de semana ao sentar em seu lugar em uma mesa de líderes mundiais durante o encontro do G20.
Ivanka sentou na cadeira de seu pai brevemente durante a cúpula global em Hamburgo, em uma sessão de portas fechadas sobre o desenvolvimento da África onde o presidente do Banco Mundial falou. Sua presença causou uma série de reações no Twitter e chamou a atenção da mídia alemã e de outros meios de comunicação.
President's daughter filling in at this AM's #G20 – sitting next to Chinese President Xi (Photo/@LanaLukash) pic.twitter.com/kzl8eahobG
— West Wing Reports (@WestWingReport) July 8, 2017
Na manhã desta segunda-feira (10), Trump chamou o arranjo de “muito padrão” em sua conta do Twitter e observou que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que sediou a cúpula do G20, concordou.
When I left Conference Room for short meetings with Japan and other countries, I asked Ivanka to hold seat. Very standard. Angela M agrees!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 10, 2017
If Chelsea Clinton were asked to hold the seat for her mother,as her mother gave our country away, the Fake News would say CHELSEA FOR PRES!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 10, 2017
Merkel não deu importância ao acontecimento em uma coletiva de imprensa após o fim da cúpula do G20. “A Ivanka pertence à delegação dos Estados Unidos”, disse Merkel, que trabalhou com a filha de Trump em diversas questões, na última semana.
Trump também comparou sua filha com Chelsea Clinton, filha da democrata Hillary Clinton, sua rival nas eleições de 2016 e aproveitou fazer críticas à política e à imprensa dos EUA.
Nikki Haley, a embaixadora dos Estados Unidos para as Nações Unidas, também defendeu Ivanka, dizendo no domingo que a filha do presidente frequentemente participa de reuniões com ela e Trump, especialmente naquelas que dizem respeito a mulheres e negócios.
Ivanka Trump comandava um negócio de roupas e joias antes de assumir um emprego formal na Casa Branca, após a posse de seu pai em janeiro. Ela fez das questões femininas uma de suas principais áreas de atuação.
Ivanka tem o cargo de assistente do presidente e influência na administração Trump. Apesar disso, o fato chamou a atenção porque geralmente são funcionários de alto escalão que costumam substituir o presidente caso ele não compareça às reuniões.
Durante o encontro de presidentes e primeiros-ministros, Ivanka foi flagrada ao lado da premiê britânica Theresa May e do presidente chinês Xi Jinping, durante sessão sobre “Parcerias com a África, Migração e Saúde”.
De acordo com o jornal “Washington Post”, a chanceler alemã Angela Merkel comentou o fato em uma coletiva de imprensa, dizendo que cabe à delegação americana decidir que substitui o presidente.
A cúpula do G20 foi encerrada no último sábado em Hamburgo, na Alemanha, em meio a protestos e confusões do lado de fora, e com o presidente Donald Trump isolado em relação às questões climáticas. Somente os Estados Unidos votaram contra o Acordo de Paris, que luta contra o aquecimento global e terminaram com uma derrota por 19 a 1. O presidente americano, porém, selou um compromisso a favor do livre comércio, reconhecendo o direito dos Estados Unidos de se defender de “práticas injustas”.
À frente do grupo das principais economias do mundo e das potências emergentes, a Alemanha apressou as negociações até o último momento e conseguiu, como queria Angela Merkel, um documento assinado por todos que expõe as discordâncias e ficam evidentes as diferenças com Washington.
“Em alguns temas obtivemos bons resultados, embora não negue que as negociações foram difíceis”, admitiu a chanceler, que se mostrou “muito contente” pois todos os líderes, exceto Trump, ratificaram seu compromisso com o Acordo de Paris.
O texto final do encontro deixou evidente o descontentamento com o abandono americano. “Está muito claro que não conseguimos chegar a um consenso, mas as diferenças não foram escondidas. Alteramos a declaração, que deixa muito clara a diferença entre o que os Estados Unidos querem e o que os outros países querem”, afirmou a chanceler. (AG)