Mundo Donald Trump disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, “provavelmente” está envolvido com assassinatos
Por Redação O Sul | 15 de outubro de 2018
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, “provavelmente” está envolvido em assassinatos e envenenamentos.
Em entrevista concedida ao programa “60 Minutos”, da emissora de televisão CBS, Trump afirmou que foi “muito duro” pessoalmente com Putin na reunião de cúpula dos dois na Finlândia, em julho, mas minimizou as suspeitas contra o líder do Kremlin, afirmando que os crimes não aconteceram nos Estados Unidos.
“Provavelmente sim, provavelmente”, respondeu Trump, ao ser questionado sobre o envolvimento dele em envenenamentos e assassinatos.
O governo russo não demorou a responder.
“O presidente dos Estados Unidos não fez nenhuma acusação direta contra Vladimir Putin. Simplesmente não pode haver qualquer acusação contra o presidente russo respaldada por argumentos ou provas de qualquer tipo”, disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.”A Rússia nunca teve, não tem e não pode ter nada a ver com estas acusações.”
Ainda segundo Peskov, no encontro entre os dois líderes em Helsinque, em julho, Trump foi “duro” no sentido de que “todas as questões foram colocadas de maneira muito franca”, principalmente as diferenças que “afetam as relações bilaterais”.
O Reino Unido acusa a Rússia de envenenar o ex-espião Serghei Skripal e sua filha, Yulia, em março passado com o agente nervoso Novichok. Ambos foram encontrados desacordados em Salisbury, mas conseguiram sobreviver. No fim de junho, no entanto, um casal sem relação com Skripal, Charlie Rowley e Dawn Sturgess, acabou atingido pela mesma substância, ao lidar com um frasco de perfume descartado. Sturgess não resistiu e morreu poucos dias depois.
Moscou nega sua participação no ataque químico.
A ação elevou a tensão diplomática entre Rússia e Reino Unido e provocou a expulsão de dezenas de diplomatas russos de quase 30 países.
Na entrevista, Trump também falou da suposta interferência russa nas eleições presidenciais americanas de 2016.
“Eles interferiram, sim. E eu acho que a China também interferiu. Considero, francamente, que a China é um problema maior.”
Traidor
O presidente russo, Vladimir Putin , se referiu recentemente ao ex-espião russo Sergei Skripal como um traidor que atentou contra a Rússia. Skripal e sua filha Yulia foram encontrados desacordados no que o governo britânico afirma ter sido uma tentativa de assassinato por envenenamento conduzida por agentes do Kremlin. Moscou, que nega o envolvimento no caso, sentiu acirrado o seu isolamento internacional.
“Vejo que alguns dos seus colegas estão forçando a teoria de que Skripal era quase como um ativista de direitos humanos. Ele era simplesmente um espião, um traidor de sua pátria. Ele é apenas escória, e isso é tudo”, disse o presidente russo em um evento sobre energia em Moscou, recebendo aplausos.
O líder russo, um ex-agente da KGB, afirmou que o escândalo de Skripal foi escalonado artificialmente, mas garantiu que ele iria desaparecer das manchetes em algum momento, e, quanto mais rápido, melhor. Putin também afirmou que a Rússia estava pronta a cooperar com o Reino Unido nas investigações sobre o episódio, oferta que Londres recusou até agora.
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