Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 4 de maio de 2017
Não se trata mais apenas de Vladimir Putin. Enquanto o presidente Donald Trump se habitua ao novo cargo, seu afeto por líderes autoritários foi além do presidente russo e passou a incluir nomes fortes de todo o planeta. Todo presidente dos EUA, ao menos desde 1970, usou sua posição para defender direitos humanos e valores democráticos.
No entanto, nos primeiros 102 dias, Trump não agiu para apoiar movimentos democráticos ou mesmo condenou abusos, exceto pelo ataque que ordenou contra a Síria depois que Bashar al-Assad supostamente usou armas químicas contra a população. Enquanto isso, seus elogios se estenderam aos presidentes Abdel Fatah al-Sisi, do Egito, e Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, além do premier tailandês, Prayuth Chan-ocha. Todos com históricos questionáveis no respeito aos direitos humanos. A gota d’água para muitos críticos foi seu convite ao presidente filipino, Rodrigo Duterte, para uma visita à Casa Branca.
“Trata-se de um homem que se gabou publicamente de matar seus próprios cidadãos”, afirmou o senador Ben Cardin, principal democrata na Comissão de Relações Exteriores do Senado, em comunicado. “Os Estados Unidos são únicos no mundo porque nossos valores também são nossos interesses. Ignorar os direitos humanos não promoverá interesses americanos nas Filipinas ou em qualquer outro lugar. Pelo contrário.”
Ainda assim, conselheiros do presidente dizem que seu silêncio é proposital, e parte de uma grande estratégia para reconstruir ou criar novas alianças. A abordagem tem como objetivo isolar a Coreia do Norte e construir coalizões para derrotar o Estado Islâmico, diz o alto escalão do governo.
Mas Michael McFaul, embaixador americano na Rússia no governo de Barack Obama, acredita que Trump pode estar sendo ingênuo em sua abordagem ao achar que elogios mornos farão com que líderes autoritários defendam interesses norte-americanos. (AG)