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Mundo Donald Trump tira assessor entusiasta da atuação dos Estados Unidos em guerras

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O ex-assessor de segurança nacional, John Bolton, durante reunião do Salão Oval, em Washington. (Foto: Reprodução)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu seu assessor de segurança nacional, John Bolton, por divergências sobre a forma de conduzir a política externa americana em relação a Irã, Coreia do Norte e Afeganistão.

O assessor era o principal representante no governo da chamada linha-dura, que defende uma atuação mais enfática de Washington contra adversários geopolíticos e não descarta o uso da força militar. Essa ala ganhou força durante a gestão de George W. Bush (2001-2009).

No Twitter, o presidente americano escreveu que informou a ​Bolton na noite de segunda (9) que seus serviços não eram mais necessários. “Discordo fortemente de muitas de suas sugestões, assim como outras pessoas do governo, por isso pedi a John que renunciasse ao cargo.”

O agora ex-assessor, porém, deu uma versão diferente na mesma rede social. Bolton afirmou que ofereceu sua renúncia na noite de segunda e que Trump pediu para conversar no dia seguinte.

John Bolton foi o primeiro assessor do governo Trump a se aproximar do presidente Jair Bolsonaro.

No fim de novembro de 2018, após a vitória do brasileiro nas eleições, Bolton fez uma visita à casa de Bolsonaro e o convidou para um encontro com o presidente americano.

A dispensa do assessor ocorre em um momento em que Trump promove tentativas de retomar as relações com Irã e Coreia do Norte, o que incomodou integrantes da ala linha-dura do governo, como o próprio Bolton – ele é o terceiro a ocupar o cargo desde o início do mandato do presidente, em janeiro de 2017.

Segundo fontes próximas ao governo americano, o anúncio de Trump aconteceu após uma dura conversa entre os dois na noite de segunda sobre um acordo de paz entre os EUA e o Taleban.

A reunião secreta com os líderes da milícia afegã, marcada para o último domingo (8), em Camp David, residência oficial a cerca de 100 km da Casa Branca, e cancelada de última hora por Trump, teria sido um dos pontos da discórdia.

Bolton era veementemente contrário às negociações. Fontes alinhadas à visão do ex-assessor de segurança afirmam que os EUA poderiam retirar 8.600 tropas do país e manter os esforços contra terrorismo sem chegar a um pacto com o grupo.

Em outras ocasiões, Trump brincou com as visões pró-guerra de Bolton. Em uma reunião no Salão Oval, disse que “John nunca tinha visto uma guerra da qual não gostasse”.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, uniu-se ao presidente ao afirmar que também pensava haver pontos em que suas visões eram diferentes das de Bolton. Disputas internas entre eles eram comuns.

No pronunciamento realizado nesta terça (10), Pompeo disse que o cargo de Bolton faz parte da equipe que “atua diretamente com o presidente” e que, por isso, Trump necessita “pessoas em quem ele confia e cujo esforços e julgamentos o beneficiem”.

Em maio, reportagem do jornal The Washington Post revelou que Trump estava insatisfeito com os conselhos de Bolton.

Membros do governo afirmaram que o presidente se sentia frustrado por acreditar que o assessor o induziu a pensar que seria fácil substituir rapidamente o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, por um jovem oposicionista.

Atualmente, o governo americano reconhece Juan Guaidó como presidente interino do país sul-americano e o apoia.

Trump também se queixava do fato de que a postura intervencionista de Bolton destoava de sua visão de que os EUA deveriam manter distância de atoleiros no exterior. ​

Ex-embaixador americano na ONU entre janeiro de 2005 e outubro de 2006, durante o governo de George W. Bush, Bolton também foi o responsável pelo colapso de uma reunião em fevereiro entre Trump e o ditador norte-coreano, Kim Jong-Un, em Hanói, após recomendar a adoção de uma lista de exigências que o autocrata rejeitou.

A mídia norte-coreana se referiu a Bolton em maio deste ano como um “maníaco por guerra” que “fabricou diversas políticas provocativas como a designação de nosso país como ‘eixo do mal'”.

Em 2003, durante um período de tensão entre os países, a Coreia do Norte chamou Bolton de “escória humana”.

Em relação ao Irã, Bolton defendia uma mudança de regime em Teerã e resistia a acordos que pudessem abrir espaços para negociações.

Ele estava por trás de diversas medidas para aumentar a pressão econômica e política sobre os líderes iranianos e não descartava uma intervenção militar no país.

A tensão entre Trump e Bolton cresceu nos últimos meses após o presidente recuar da decisão de lançar um ataque aéreo contra o Irã em retaliação à derrubada de um drone americano, em junho.

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