Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de janeiro de 2017
O empresário republicano Donald Trump, de 70 anos, tomou posse nesta sexta (20) como o 45º presidente dos Estados Unidos, sucedendo o democrata Barack Obama. No mesmo tom que marcou sua campanha eleitoral, contra Hillary Clinton, seu discurso foi nacionalista e crítico à classe política norte-americana.
Trump prestou juramento diante do Capitólio, em Washington, e discursou em seguida. Na presença de quatro de seus antecessores — um deles republicano (George W. Bush) — ele disse que a cerimônia tinha um significado especial porque está transferindo o poder de Washington e o levando de volta ao povo. “O povo vai governar esta nação novamente”, prometeu. Após o juramento, Trump seguiu para um almoço no Capitólio e partiu, em seguida, em uma parada ao longo da avenida Pensilvânia, em direção à Casa Branca. No caminho, ele chegou a descer da limusine blindada em que estava e caminhar alguns minutos a pé, acenando para a multidão.
O presidente enfatizou sua visão de colocar os interesses de seu país como prioridade: “Buscamos amizade e boa vontade com as nações do mundo, mas o fazemos com o entendimento de que é direito delas botar seus interesses em primeiro lugar. Não procuramos impor nosso modo de vida a ninguém, mas o deixamos brilhar como um exemplo. Nós brilharemos para todos seguirem”.
Destaques da fala do presidente:
Eleição
Trump foi eleito em 8 de novembro de 2016, quando conquistou a maioria do colégio eleitoral, embora sua adversária, a democrata Hillary Clinton, tenha tido mais votos populares. O resultado final contrariou pesquisas, surpreendeu analistas e a imprensa norte-americana, que até o começo da apuração dava como praticamente certa a vitória de Hillary.
“Estou aqui hoje para honrar nossa democracia e nossos valores duradouros. Nunca deixarei de acreditar no nosso país e seu futuro”, disse Hillary por meio do Twitter, momentos antes de seu rival assumir.
Personagem polêmico
Com um discurso direto e muitas vezes agressivo, Trump foi um dos mais polêmicos candidatos à Casa Branca e se envolveu em discussões com diversos grupos e indivíduos ao longo de quase um ano de campanha. Ainda assim, derrotou outros 14 pré-candidatos de seu partido na disputa pela vaga para concorrer à presidência.
Votado por 47,01% dos eleitores, Trump terá que encarar a divisão – e uma enorme desconfiança – da população desde o início de seu mandato. Segundo levantamento da CNN, ele assume o cargo com uma taxa de popularidade de apenas 40%, menos do que a metade da de seu antecessor, Barack Obama, que se tornou presidente com um índice de 84%. Além disso, ele também é menos popular do que George W. Bush e Bill Clinton, segundo a mesma pesquisa.
Seguindo o tom da época de campanha, Trump desdenhou desses números dias antes da posse, expressando-se através de seu perfil no Twitter: “As mesmas pessoas que fizeram as falsas pesquisas eleitorais, e estavam tão erradas, estão agora fazendo pesquisas de taxa de aprovação. Eles estão sendo parciais como antes”, reclamou.
Posse
Antes de tomar posse, Trump começou o dia participando de uma cerimônia religiosa em uma igreja em frente à Casa Branca. Depois foi com sua esposa, Melania, para se reunir com Barack e Michelle Obama na sede oficial do governo antes de todos partirem ao Capitólio para a cerimônia de posse do novo presidente.
Os dois casais se dirigiram ao tradicional chá com seus vice-presidentes e líderes do Congresso. Antes disso, um presente da nova primeira-dama gerou comoção. Após um abraço, Melania presenteou Michelle com uma grande caixa da joalheria Tiffany’s.
Sob os olhares de todos, Michelle pareceu perplexa, sem saber onde colocar o presente surpresa, enquanto os quatro posavam para uma fotografia. Nenhum dos fuzileiros que estavam de pé ao lado deles foi autorizado pelo protocolo a quebrar sua saudação para segurar a caixa, e o problema só foi resolvido quando Obama entrou na Casa Branca para deixar o misterioso presente.
Nesta noite, o novo presidente e a primeira-dama, Melania, devem comparecer a três bailes oficiais.
Protestos
Enquanto tudo ocorria dentro do previsto na formalidade de posse, manifestantes vestidos de preto quebravam vidros de lojas na capital. Após o discurso de Trump, as turbulências se acentuaram, e cerca de 270 pessoas foram detidas. Cerca de 30 mil agentes foram espalhados por Washington para garantir a segurança no dia da posse.